Cambará do Sul e seus cânions

A região de Cambará do Sul, localizada no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, possui paisagens exuberantes.
Situada na região dos Aparados da Serra, oferece aos visitantes a oportunidade do contato com a natureza de diversas formas: visitação aos cânions, às cachoeiras; cavalgadas; trilhas; rapel...
Particularmente no Parque Nacional Aparados da Serra, podemos ter vistas surpreendentes do cânion Itaimbezinho.
No outro lado, o Parque Nacional da Serra Geral nos brinda com os cânions, Fortaleza (o mais imponente); Churriado, da Pedra e o Malacara. Este, acessível somente com guia e a partir do município de Praia Grande no Estado de Santa Catarina.
O cânion Josafaz está fora dos limites dos parques nacionais.
Nossa visita se resumiu aos cânions Itaimbezinho e Fortaleza. Para esses, não há obrigatoriedade de guias. A cada um deles, reservamos um dia.





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Dia 04/01/2018

Cinco minutos para as seis, do dia 04 de janeiro de 2018.
Temperatura amena; normal para nosso verão a essa hora da manhã.




 















Saímos.
No Trajeto, Passo Fundo, Marau, Casca, onde fizemos uma parada após duas horas de viagem. 


Seguindo, Nova Bassano, Nova Prata, Veranópolis.
Descendo a Serra, o belvedere de onde de avista o Rio das Antas. 












                     A seguir, a Tenda das Cascatas... 




















                 Saindo na direção da Ponte sobre o Rio das Antas...



















Passagem sobre o Rio das Antas.





           Na sequência, Feliz, Nova Petrópolis, Gramado.



                    
        Canela, São Francisco de Paula e, finalmente, Cambará do Sul, completando 510 quilômetros.














          A pousada onde nos hospedamos.








                 Vista, no trajeto entre a Pousada e a cidade de Cambará do Sul...







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Dia 05/01/2018
Cânion Itaimbezinho


No início da manhã, a natureza já nos presenteava com um belíssimo nascer do Sol.



Saindo de Cambará do Sul, percorremos 18 quilômetros de estrada de terra até o Pórtico de Entrada do Parque Nacional de Aparados da Serra.
Infelizmente, uma péssima estrada, mesmo para quem transita de moto trail.




A partir do pórtico de entrada ao Parque, por dois quilômetros de um trecho pavimentado, chegamos ao estacionamento onde deixamos as motos.
No estacionamento (livre de pagamento), duas funcionárias recebem os visitantes até às cinco da tarde.






A cem metros do estacionamento, há uma estrutura com sala de projeções, exposição de fotos dos cânions, banheiros e uma pequena maquete de toda a área geológica.
Há também lugar para piqueniques, mas não há lancheria ou restaurante no local. Você deve levar seu lanche e água.
Um atendente faz exposição sobre essas formações.
Essa estrutura, no entanto, carece de manutenção e cuidados, mas o atendimento é elogiável. 


Para termos a visão do Itaimbezinho, temos duas opções: percorrer a Trilha do Cotovelo, ou a Trilha do Vértice. Ambas estão muito bem sinalizadas, de fácil acesso e de grau de dificuldade leve.

           Trilha do Cotovelo
Horário de visitação: das 08hrs às 15hrs.

Convém observar que a Trilha do Cotovelo fica aberta somente até às quinze horas, e a do Vértice, até às dezessete horas
Portanto, a sugestão é fazer primeiramente a Trilha do Cotovelo, que pode demorar cerca de duas horas e meia a três, com as paradas para fotos. 
Entre o estacionamento e a estrutura mencionada, iniciamos a caminhada, percorrendo a Trilha do Cotovelo, por cerca de seis quilômetros (ida e volta).













Casa abandonada, no caminho entre o estacionamento e o cânion Itaimbezinho.
Possui um banheiro em condições precárias.

Bancos de madeira, nesse mesmo trajeto, degradados pelo tempo.














        
  É no final da Trilha do Cotovelo que temos a vista tradicional e completa do imponente cânion Itaimbezinho.





























Às onze e trinta, retornando da Trilha do Cotovelo, fizemos pausa para um lanche...





Ainda teríamos tempo para fazermos a Trilha do Vértice.

Trilha do Vértice
 Horário de visitação: das 08hrs às 17hrs.

Retornando à entrada do Parque, a outra trilha (1,5 quilômetro, ida e volta), a Trilha do Vértice, nos possibilita outro ângulo do Itaimbezinho, não menos surpreendente.
A partir de alguns mirantes bem assinalados, podemos ter outra vista do mesmo cânion.



O mirante da Cachoeira Véu de Noiva, permite-nos admirar a cascata homônima que possui uma queda de aproximadamente 500 metros, formada pelo Arroio Preá, afluente do Rio do Boi, que fica na base do cânion. 
Há possibilidade de fazer uma trilha sobre esse Rio do Boi.
Uma van levará o turista até a cidade de Praia Grande, de onde terá início a caminhada, com duração aproximada de oito horas.
 Essa opção deve ser guiada, contratada junto a uma agência de turismo, que disponibilizará toda a estrutura (alimentação, guia, seguro, etc.).

Cachoeira Véu de Noiva
O segundo mirante, possibilita-nos apreciar a Cachoeira das Andorinhas, que possui uma queda de aproximadamente 300 metros de altura e é formada pelas águas do Arroio Perdizes.

Cachoeira das Andorinhas.


O Itaimbezinho é o mais belo dos cânions.
Sua extensão é de aproximadamente 5,8 quilômetros, com paredões medindo 720 metros de altura e 600 de largura.
O nome, de origem tupi-guarani, significa pedra cortada ou pedra afiada.
Por ora, não está sendo cobrado ingresso ao Parque, ficando a critério do visitante deixar sua contribuição para um fundo destinado à sua manutenção.

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Dia 06/01/2018
Cânion Fortaleza

Horário de visitação: todos os dias, das 08hrs às 17hrs.
         Novamente, depois de apreciarmos um maravilhoso nascer do Sol e degustarmos o excelente café-da-manhã colonial na Pousada, partimos na direção do cânion Fortaleza.




          












         Seguindo pela rua principal, por cerca de 23 quilômetros, chegávamos à entrada do Parque, deparando-nos com uma estrutura muito precária, com apenas banheiro, onde fomos recebidos pelos atendentes.
      Assim como no cânion Itaimbezinho, não ha´cobrança de ingresso, mas aceitam contribuições que são destinadas à manutenção do Parque.



       Mais três quilômetros, aproximadamente, e chegávamos ao estacionamento. Eram nove e trinta da manhã.
Nesse local, não há nenhuma estrutura para receber o turista. Não há sequer um banheiro.
Nesse trajeto de 23 quilômetros, os primeiros dez quilômetros percorremos sob uma rodovia asfaltada, desfrutando de uma belíssima paisagem entre árvores. Findo esse trecho, iniciamos a aventura sob uma estrada de terra em condições piores das que enfrentamos no dia anterior, quando visitamos o Itaimbezinho.
É lamentável e triste ver um potencial tão grande, da qual depende toda uma comunidade, ser relegado a terceiro plano.
O Poder Público (de qualquer esfera de Governo), não valoriza esse potencial turístico.
Um projeto que abrangesse toda essa estrutura desde o acesso é o que seria adequado à exploração desses lugares. Projeto que incrementaria o desenvolvimento econômico dessa cidade e resultaria em melhor padrão de vida a seus habitantes, além de ofertar ao turista uma infra-estrutura condizente com a beleza do lugar.
Saindo do estacionamento, iniciamos a caminhada por cerca de dois quilômetros, subindo por uma trilha que nos daria a vista do cânion Fortaleza.
No Céu, as nuvens davam sinal de chuva. Teríamos a oportunidade de ver o cânion?
Ainda não havia neblina, mas não demorou mais de dez minutos para que ela surgisse com toda sua intensidade e não conseguíssemos ver nada além de vinte metros.
Até uma fraca garoa se fazia sentir.
Pacientemente sentamo-nos em uma pedra e bebemos um pouco de d’água.
Sabíamos que a neblina era algo presente em várias ocasiões. Muitas pessoas que estiveram no Fortaleza não puderam vê-lo. Mas sabíamos também, que a neblina, assim como surgiu, podia desaparecer rapidamente. Mas seria esse um desses dias?
Envoltos em neblina, reiniciamos a subida lentamente , enquanto grupos de turistas desciam desolados.
Uma hora depois de aparecer, a neblina começava a dissipar-se. Focos aqui e ali deixavam entrever a grandiosidade dessa formação geológica. Aos poucos, éramos agraciados com uma visão deslumbrante dessa natureza.








Direcionando para a direita, a continuidade do cânion Fortaleza.


Por alguns instantes, conseguimos divisar ao longe a estrutura de uma cidade (possivelmente Torres, no litoral gaúcho). Porém, com uma rapidez surpreendente, essa visão nos foi bloqueada pela névoa.
Mas o cânion Fortaleza mantinha-se bem visível em toda sua extensão. Uma bênção.


Trilha da Cachoeira do Tigre Preto

Depois da visita ao Fortaleza, retornamos ao estacionamento.

Subimos nas motos, e dois quilômetros depois (meio caminho entre o estacionamento e o pórtico de entrada do Parque), deixávamos as motos à beira da estrada para iniciarmos a caminhada por três quilômetros (ida e volta) até a Pedra do Segredo.


A partir do lugar onde deixamos as motos, 400m depois chegávamos à Cachoeira do Tigre Preto, formada pelo Rio Segredo..
Ainda enquanto cruzávamos o rio, tivemos uma vista de cima dessa queda d’água que possui cerca de 400 m de altura em dois níveis. Uma bela visão.







Cruzando o rio, tem-se a vista da cachoeira.






Continuamos nossa caminhada, margeando o cânion, por um caminho acidentado,  e logo chegávamos à Pedra do Segredo.
































Uma rocha de 5 metros de altura, pesando 30 toneladas, equilibrada numa base de 50 centímetros. Qual o segredo? A física explica...



Enquanto admirávamos a natureza, o almoço foi servido...




O cânion Fortaleza possui 7,5 quilômetros de extensão, 2 quilômetros de largura e uma altitude de 1.240 metros acima do nível do mar. Seu nome advém de seu formato que lembra muralhas.


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Dia 07/01/2018

Dia reservado a passeios pela cidade de Cambará do Sul e ao descanso, apreciando a natureza e a quietude do ambiente rural na Pousada.
Na praça central, a Igreja Matriz São José; a árvore que dá nome à cidade, cambará, que em tupi-guarani significa “folha de casca rugosa”; e a sequoia lunar, nascida a partir de uma semente levada pela nave Apolo XIV após ter circundado a Lua trinta e quatro vezes. Germinada em solo lunar, é uma das sementes de sequoia que retornaram à Terra em 1971, sendo três delas doadas pelo Governo norte-americano ao Brasil.







O então prefeito de Cambará do Sul, Sr.  Pedro Teixeira Constantino (in memorian), plantou essa semente em 26 de setembro de 1982.
Uma das hipóteses para essa semente ter vindo parar aqui no Sul é a influência que detinha Pedro Teixeira junto ás autoridades em Brasília.
Hoje, essa árvore está com 30 metros de altura e 70 centímetros de diâmetro. Quando adulta, poderá chegar 100 metros de altura e viver mil anos.

À direita, a árvore Cambará, que dá nome à cidade.
Outro ponto turístico a ser visitado no centro de Cambará é o Kridjijimbé que, em tupi-guarani significa “conjunto de cânions”. Uma réplica dos Aparados da Serra e da Serra Geral,produzida pelo artista plástico Marlon Silva, de Caxias do Sul . Essa escultura encontra-se nas dependências da Agência Cânion Turismo, que cobra R$ 5,00 pelo ingresso.
Infelizmente, naquele horário que estivemos na agência, o estabelecimento estava fechado e não pudemos retornar.
Outros lugares fazem parte do roteiro de visitação na cidade, mas optamos para retornarmos à pousada e nos prepararmos para o retorno para casa.
No retorno à pousada, já no final da tarde, as nuvens cobriam o Céu por inteiro, provocando a redução da temperatura.
O calor, dentro da cabana, manteve-se por um tempo, enquanto lá fora, a brisa fria dava um aspecto de inverno. Temperatura essa que não demorou a se instalar também dentro do chalé.
A lareira, preparada com boa lenha, foi posta a trabalhar. Logo o fogo começou a crepitar e o ambiente se encheu de um calor agradável, aconchegante.




O Jacson e a Luana, em outra cabana, já haviam acendido o fogo em sua lareira ainda na manhã desse dia, deixando a lenha que havia em seu interior se exaurir pelo fogo. Mas voltando a acendê-la no final dessa tarde.


Esses momentos completaram a sensação agradável de desfrutarmos de um ambiente bucólico, rústico e ao mesmo tempo nostálgico. 



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Dia 08/01/2018


Retorno por Taínhas, Bom Jesus, Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo...
 


Novamente nos deparamos com a deficiente sinalização de direção da rodovia.



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DEMAIS INFORMAÇÕES

Condições das rodovias

O trecho até Passo Fundo está bem conservado, mas de Passo Fundo a Vila Maria, passando por Marau, aproximadamente 40 quilômetros, está em péssimo estado (buracos, remendos mal feitos, calombos na pista).
De Vila Maria até Cambará do Sul, a estrada está em boas condições, embora até Casca(RS), esteja sem pintura na pista.
Saindo de Cambará do Sul não há qualquer placa que sinaliza  na direção de Bom Jesus.
Distância percorrida: 1.067km.


Acomodações

Local de hospedagem: Pousada Encanto da Serra Rural, a três quilômetros do centro de Cambará do Sul, por estrada de terra.
Preço/casal com café-da-manhã, R$ 250,00

Boas acomodações, excelente atendimento e excelente café-da-manhã.


           Sites consultados:





AGRADECIMENTOS        

Aos nossos parceiros de viagem, Jacson e Luana, por compartilharem conosco desses momentos inesquecíveis, marcantes, nesses lugares que são presentes divinos aos nossos sentidos.

A Deus, por sua Companhia, por sua Proteção.

Um comentário:

PC MADALOZZO disse...

Deve ter sido um passeio muito interessante. Gostaria de fazer também. Parabéns pela descrição do roteiro, muito instrutivo. Abraços.
PC MADALOZZO