Horizonte sem fim: Colônia del Sacramento, Uruguay

Lugar de partida para quem sai do Uruguai e vai a Buenos Aires, cruzando o Rio da Prata.

Lugar de chegada de quem vem da Argentina por esse mesmo caminho, e que por cerca de uma hora, desliza suavemente sob as águas desse mesmo estuário.

O Bairro Histórico de Colônia Del Sacramento é um retorno ao passado.

Ruelas antigas e estreitas calçadas por pedras, conservam seus nomes em placas que lembram enquanto esse lugar esteve sob domínio por vezes, de Portugal; por vezes, de Espanha, até 1828.

Foram 1.358 quilômetros em dois dias.

Para voltar, 1.322 quilômetros.

Uma viagem que se iniciou no dia 16 de janeiro às 5h50min e findou às 15h20min do dia 22 de janeiro de 2018.

Nossa permanência foi de três dias inteiros em Colônia, sob um Sol que castigava, mas que ao mesmo tempo nos proporcionava momentos agradáveis, cenas marcantes, belas paisagens.

Trajeto.

Adesivo da viagem.

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Dia 16/01/2018

Erechim(RS)-Melo, Uruguay

Após 137 quilômetros, chegávamos a Tio Hugo para abastecermos a moto.

Em Pântano Grande, mais uma parada para abastecimento e almoço às 11h:34min, onde conhecemos o Istefano Pierre, motociclista de Encruzilhada do Sul.

Deixamos aqui nosso abraço virtual.

A próxima parada foi em Bagé, novamente para abastecer.

Logo estávamos cruzando a fronteira com o Uruguai.

Depois dos simplificados trâmites aduaneiros, iniciamos a jornada pelo belo país.

Cento e vinte quilômetros depois, hospedávamos em Melo, a 740 quilômetros de casa.

O trecho entre Aceguá a Melo, possui algumas curvas, apresentando buracos e partes de asfalto desgastadas, exigindo cuidado.

Local de hospedagem: Hotel Virrey Pedro de Melo.

Acomodações regulares.

Café-da-manhã: idem

Preço por pernoite/casal com café-da-manhã: $ 2.300,00 (dois mil e trezentos pesos uruguaios).

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Dia 17/01/2018

Melo - San José de Mayo, Uruguay

Acordamos às seis e nos preparamos para sair.

Após o café-da-manhã, o atendente nos sugeriu mudarmos nosso trajeto inicial,que seria pela Ruta 7 (passando por Fraile Muerto-Cerro Chato-Cerro Colorado...) devido às más condições da rodovia. O que foi confirmado por outro hóspede.

Seguimos a sugestão e optamos pela Ruta 8 que nos levou de Melo a Treinta Y Tres...

... e depois, Minas por uma estrada belíssima, muito bem sinalizada e em excelentes condições.

Depois de Minas, onde abastecemos a moto e almoçamos no La Galponera, continuamos nossa viagem, passando por San Jacinto, Canelones e Santa Lucia, já na Ruta 11. Aqui, o Céu já se cobria de nuvens, ameaçando chover. O que não tardou a acontecer, pois, antes de San José de Mayo tivemos que parar na rodovia pra colocarmos as roupas de chuva.

E a chuva veio. Primeiro, calma e constante; depois, enquanto abastecíamos a moto em San José de Mayo, intensificou-se.

Santa Luzia-San José de Mayo.

Optamos por pernoitarmos nas proximidades, na Hosteria Del Parque, às margens da Ruta 3, em San José de Mayo, onde jantamos acompanhados de um bom vinho uruguaio.

Boas acomodações, excelente atendimento, tanto da parte da hosteria, como da parte do restaurante (pena não anotarmos o nome da atendente do restaurante... Mas deixamos aqui nosso abraço).

Preço por pernoite/casal com café-da-manhã: 66 dólares.

A moto ficou no estacionamento, coberta apenas com um fino tecido preto, mas em segurança...

No Uruguay, em hotéis/hostéis, usando o cartão de crédito, é concedido um desconto que pode variar de 12 a 15%, em razão do Imposto sobre o Valor Adicionado (IVA). Isso porque, sendo estrangeiro (e, portanto de passagem pelo país), o usuário não gozará dos benefícios a que esse imposto se destina.
Em alguns restaurantes, a promoção alcança até 20%. Vale, portanto, considerar a despesa com cartão de crédito no exterior e a variação cambial, ante o desconto.

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Dia 18/01/2018

San José de Mayo - Colônia Del Sacramento, Uruguay

O calor às oito da manhã já se firmava.

Ainda em frente à Hosteria Del Parque, preparando-nos para sair, sob um Sol que prometia ficar por vários dias, conhecemos o Carlos, também motociclista uruguaio, com quem conversamos longamente.

Seguimos pela Ruta 11, até encontrarmos a Ruta 1, que nos levou até Colônia Del Sacramento, cento e dezoito quilômetros de San José de Mayo.
A rodovia? Em excelentes condições.

Ao chegarmos a Colônia às onze e meia, cruzamos direto pela avenida principal, a Av. General Flores, até seu final, atentos aos diversos hotéis, pousadas e hostéis do caminho.

Optamos por ficarmos no Hotel Esperanza, nessa mesma avenida.

Saindo do hotel, pode-se sentar à uma mesa na calçada, enquanto se degusta uma bebida e se aprecia a beleza do lugar.

Depois das fotos iniciais, subimos com nossas coisas para os aposentos e retornamos para almoçar.

A moto ficou estacionada em frente ao hotel, na rua, até nossa partida de Colônia. Câmeras do hotel vigiavam.

A maioria dos hotéis do Uruguay não possui estacionamento próprio.

Preço da diária: cem dólares/casal, com café-da-manhã. Boas acomodações,regular café-da-manhã e ótimo atendimento.

Da frente do hotel, se avista o Rio da Prata a menos de quatrocentos metros.

Em um raio de trezentos metros, bares, restaurantes, hotéis, dividem as preferências dos turistas. Afinal, estamos no Centro Histórico de Colônia Del Sacramento.

E é nos limites desse Centro que se encontram os principais pontos de visitação: Farol; Forte de São Miguel; Igreja do Santíssimo Sacramento; vista de vários ângulos do Rio da Prata, de onde se vê os catamarãs que fazem a travessia; pequenas ruelas que conservam o calçamento que contam parte da história desse lugar, como a Calle de los Suspiros. Mas outro momento marcante para quem visita Colônia é o pôr-do-Sol sobre esse rio.

Depois do almoço, uma caminhada pelos arredores (conhecer um pouco da Av. General Flores; fazer o câmbio; obter informações junto ao Escritório de Turismo da Intendencia de Colônia, onde fomos muito bem atendidos pelo Federico), até o cansaço nos vencer e retornarmos ao hotel para nosso necessário descanso.

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Dia 19/01/2018

Colônia Del Sacramento

Passeios

Basílica

Iniciamos nosso “tour” passando pela Basílica Del Santíssimo Sacramento (ao largo da Plaza Mayor, de onde se depara com o Farol), ainda fechada àquela hora da manhã (oito horas).

Sua data de fundação remonta à 1.680, mesma data da fundação da cidade.

Voltaríamos no final do dia para conhecermos seu interior...

Farol

Mais alguns metros, cruzando a Plaza Mayor, o farol, construído sobre as ruínas de um convento em 1.694.

Sua data de fundação remonta à 1.680, mesma data da fundação da cidade.
Abre para visitação das 10 às 13hrs e das 14hrs30min às 19hrs, a um custo de 25 pesos uruguaios.

No final da tarde, retornávamos para subir até o topo do farol para tirarmos umas fotos.

Aqui, conhecemos um casal de peruanos, Nicolas Jourde e Pamela Chinchay.
A eles, nosso abraço.

Calle de los Suspiros

Há duas versões trágicas sobre a origem do nome dessa rua: uma é que era o lugar por onde os condenados passavam em direção ao fuzilamento às margens do rio; outra, conta a história de uma donzela que, enquanto aguardava pelo seu amado, um mascarado desconhecido a atacava, cravando um punhal em seu peito. Confesso que nenhuma das duas histórias condiziam com a imagem que eu fazia da origem esse nome...

Forte de São Miguel

Passando pela Calle de los Suspiros, chegávamos ao Forte de São Miguel.

O Bastián de San Miguel, construído em 1.745, servia para defender a cidade.

É também desse forte que se avista a chegada e partida de catamarãs.

Portal da cidade

Ao lado do Forte, a Puerta Del Cidadela, um dos principais acessos da cidade, por onde passavam os portugueses.

O Uruguay faz divisa com nosso Estado do Rio Grande do Sul.

É comum encontrarmos brasileiros por lá. Portanto, não nos surpreendeu conhecermos uma família de Cerro Largo.

Mauro, Maiara e Marlene, recebam nosso abraço

A caminhada da manhã consumiu uma pequena parte das energias e antes que ela se esgotasse, uma parada para dois cappucinos, que eles chamam de moka’s.

Enquanto degustávamos esses moka’s, tivemos a grata satisfação de conhecermos um trio de motociclistas que retornavam de Ushuaia.

Como sempre que viajamos temos histórias para contar, nesse encontro não foi diferente. E ficamos tempo, trocando informações. Momentos que registramos com satisfação em nossas mentes e em nossas máquinas.

Ao Hermes, ao Paulo de Tarso e ao Carlos Henrique, todos de Vitória da Conquista (BA), nosso fraterno abraço.

Após nos despedirmos, continuamos nosso passeio pelas ruelas próximas...

Arquivo Regional.

... até o almoço, no mesmo lugar em que tomamos um moka's...

Plaza Maior 25 de Mayo e Plaza de Armas Manuel Lobos

Praticamente uma é a continuação da outra, e em cujo entorno temos a basílica e o farol.

Plaza de Armas Manuel Lobos.

Basílica del Santíssimo Sacramento visto da Plaza de Armas Manuel Lobos.

Plaza Mayor 25 de Mayo.

Pôr-do-Sol

Esse grande espetáculo da natureza estava reservado para iniciar às vinte horas, mas vinte minutos antes o público começava chegar.

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Dia 20/01/2018

Rampla e Plaza de Toros

Dia de conhecer a orla do rio da Prata, a rampla.

São seis quilômetros de extensão por um caminho em sua maior parte arborizado e com fácil acesso às pequenas praias e molhes.

Playa El Alamo, Playa Oreja de Negro, Balneario Municipal...

Mirante da Playa Oreja de Negro.

A caminhada nos conduz à Plaza de Toros, arena inaugurada em 1910.

Em 1912 foi editado um decreto proibindo touradas, registrando apenas oito eventos durante sua curta existência.

Hoje resta uma estrutura gigantesca e com risco de desabar. Pode-se avistá-la de fora, sendo proibida a entrada.

No retorno, uma parada em uma loja de artesanato, depois de uma cansativa caminhada... Mas valeu cada minuto dessa manhã ensolarada.

Almoçamos em um restaurante na orla do Rio da Prata (Playa Oreja de Negro)

Pier

À tardinha, foi a vez de visitarmos o píer, onde barcos de diferentes calados estão atracados.

Infelizmente, nenhum deles está disponível para passeios de turistas. São de propriedade particular.

Subindo do píer, por cem metros até a Av. General Flores, onde estávamos hospedados, encontram-se pequenos veículos elétricos que podem ser alugados a preços que variam de 60 a 90 dólares a diária.

Diária que se inicia às nove da manhã e finda às 18 horas. Nesse lugar e nas proximidades, também são alugadas bicicletas.

Depois da janta (buffet de assados e saladas) no SOS Gardel, próximo ao hotel (ao preço de $ 490,00 por pessoa), voltamos ao Esperanza para prepararmos nossa bagagem.

No dia seguinte, iniciaríamos o retorno para casa

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Dia 21/01/2018

Colônia Del Sacramento - Rivera, Uruguay

Às cinco da manhã estávamos tomando nosso café-da-manhã, por uma deferência do hotel. O café somente seria servido a partir das sete.

Às cinco e quarenta e cinco estávamos em um posto PETROBRÁS, estacionando a moto para abastecer.

A legislação uruguaia prevê que se houver o pagamento pelo abastecimento de veículos entre as 22horas e às seis da manhã, este se dê através de cartão de crédito e não em dinheiro. Segurança, justificou o frentista.

Não queríamos esperar e usamos o cartão.

Enquanto ganhávamos distância, o Sol anunciava seu surgimento no horizonte nos envolvendo com essas magníficas imagens.

Ainda tínhamos cem quilômetros até San José de Mayo, onde tomaríamos à esquerda para Durazno, mas a falta de sinalização ou alguma coisa me distraiu e rodei por mais vinte quilômetros, onde parei em um Posto de Abastecimento para pedir informações.

“Mais uns vinte quilômetros e irá encontrar a Ruta 5 para Durazno”, disse-nos o frentista.

Seguimos.

Passaram-se os vinte, mais vinte. Libertad, Ciudad Del Plata...

Quando me dei conta, estávamos nas cercanias de Montevidéu, mas encontramos a Ruta 5...

Ponte sobre o Rio Santa Luzia.

Tomamos à esquerda e continuamos nosso “passeio”. La Paz, Canelones (agora eu começava a me situar...), Florida e, Durazno às 10hs:17min!
Em Durazno, um lanche, abastecimento e... UM MAPA ATUALIZADO DO URUGUAY!

Paso de Los Toros...

Trecho entre Paso de Los Toros e Tacuarembó.

EmTacuarembó, novamente um lanche, abastecimento e um novo amigo, o Julio Gonzales.

Nosso abraço, Julio, vc também está em minha agenda!

Havia Sol, mas alguns quilômetros adiante, nuvens escuras começaram a cobrir o Céu, prenunciando chuva.

Resistimos, até alguns pingos de chuva nos convencerem a vestirmos as roupas.

Apanhamos chuva, por vezes fraca, por vezes intensa, até nas proximidades de Rivera.

Feitos os trâmites de saída do Uruguay, agora nos fundos do Shopping Sineriz, fomos ao Hotel Jandaia, em Santana do Livramento, onde pernoitamos.

Não encontramos, nas redondezas, nenhum restaurante servindo jantar.

Como era domingo, o restaurante do Hotel Jandaia (Pampa Gril) Também estava fechado, mas à pedido, serviam lanche. Foi o que fizemos. Levaram até ao quarto. Dois sanduiches “da casa” (R$ 31,00 cada) e mais bebidas. Esse sanduiche... recomendo.

Diária do hotel nesse dia: R$ 236,00/casal com excelente café-da-manhã.

Excelentes acomodações e ótimo atendimento.

Estacionamento para moto, R$ 10,00/diária, sob estacionamento coberto e bem protegida.

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Dia 22/01/2018

Retorno

Já havíamos abastecido a moto ontem, na chegada, ainda em Rivera.

Hoje, carregada a moto e novamente sob chuva, saímos de Santana do Livramento.

Rosário do Sul nós passamos sob uma garoa, que competia com o Sol por um espaço entre as nuvens. A temperatura estava amena.

A chuva nos castigou de Santa Maria até próximo a Júlio de Castilhos.
A partir daí, deu-nos uma trégua, que continuou até chegarmos em casa.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que desejaram que tudo desse certo nessa viagem e, principalmente a Deus, por Sua companhia, por Sua proteção!