MachuPicchu - Atacama

        Terça-feira, 07 de maio de 2013.
        São 13h26min.
        Ao longe já se avista a cidade.
        O hodômetro se aproxima da marca dos 10.340 quilômetros.
        Agora, o trevo de acesso em frente ao aeroporto está próximo. Tomo à esquerda.
        Estamos chegando em casa.
        São 13h30min.
        O hodômetro assinala 10.343 quilômetros de uma viagem de 37 dias.
        Na bagagem, milhares de fotos, dezenas de filmagens, centenas de emoções.
        Lugares desconhecidos, apreensões, riscos, em um cotidiano onde tudo isso se alterna com momentos de deslumbramento diante das diversidades de tons ditados pela natureza; diante de tantas marcas deixadas por nossos antepassados, civilizações que já não existem mais.
         Paisagens desafiadoras, assustadoras, fascinantes.
        Quantas imagens, quantas impressões que as máquinas não conseguem registrar ficaram para trás. Há uma certa nostalgia, uma certa inquietação, ao olharmos novamente para aqueles registros. Mas vivemos, sentimos. Isso está em nossos corações e em nossas mentes. Marcas que jamais se apagarão.
        Perú, Chile, Argentina.
        Povos com suas características, costumes, culturas e expressões próprias, a serem respeitados, admirados e, principalmente, vivenciados, para serem compreendidos.
        No final, nos deparamos com uma única realidade: somos todos cidadãos do mesmo mundo; nossa casa.
        O relato resumido desses trinta e sete dias está dividido em três partes: na primeira, a saída do Brasil pelo Estado do Acre, trilhando a Rodovia Transoceânica (ou Rodovia do Pacífico); a visita a Puno, a Cusco e, o destino dessa primeira fase da viagem: MachuPicchu.
        A segunda parte, seguindo em direção ao Chile, vemos à esquerda, o deserto de Nasca (planícies e dunas) e à direta, as vagas do Oceano Pacífico arrebentando contra os rochedos e, aceleramos, na direção do próximo objetivo de nossa viagem: Atacama.
        Na terceira parte, o retorno para casa, algumas dicas, algumas curiosidades, um pequeno rol de amigos que fizemos.





PARTE I
DESTINO:
MACHUPICCHU




Dia 01/04/2013 – Dionísio Cerqueira(SC)-Cascavel(PR)

        Saímos às 7:20, depois de algumas fotos tiradas rapidamente, além de algumas tomadas (filmagens).


        Já tarde, para quem queria estar às sete na estrada, mas...
        Na saída, o trânsito nos atrapalhou um pouco às 7:30.
        Pegamos a BR-480. Essa rodovia está em boas condições de trafegabilidade.
        Passando pela serra do Goio-en, a viagem seguiu normalmente até Chapecó(SC).

Descendo o Goio-en

Ponte sobre o Rio Uruguai, divisa dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
       Saindo de Chapecó, um engarrafamento por cerca de 10 quilômetros, que durou aproximadamente 35 minutos, em razão das obras nas paralelas ao longo da rodovia (acostamentos, viadutos em construção...). 
        Passado o sufoco, tomamos a BR-282 até São Miguel do Oeste. Algumas curvas, mas no geral, em boas condições.
        Almoçamos em Dionísio Cerqueira, restaurante Happy Day,  a três quadras da rodovia. Vale à pena entrar para conferir o preço, o excelente Buffet e o atendimento impecável dispensado pelo CLáudio e pela Carol.
         Seguimos viagem pela BR-163.
        De Dionísio até Cascavel-PR, a rodovia está em péssimas condições (reparos mal feitos, buracos, depressões, calombos...).
        Paramos em Cascavel, no Motel Blue In. Um excelente lugar para ficar. Servem jantar.
        Para quem vai de Dionísio Cerqueira, tome à direita, no trevo de acesso a Cascavel como se fosse entrar na cidade. Depois de 1,5km, à esquerda da rodovia, já se visualiza o Motel.
        Preço do pernoite, R$ 80,00. Excelentes acomodações e um bom café-da-manhã.
        Até aqui, fizemos 501,5 km.


02/04/2013 – Cascavel(PR)-Campo Grande(MS)

        A partir de Cascavel, a BR-163 está em boas condições. Logo na saída, o trecho está duplicado.
        Ao sairmos ainda não estava chovendo, mas o céu estava muito carregado. Optamos por não colocarmos a roupa de chuva.
        Mas a chuva foi chegando. Primeiro, como uma garoa; depois, durante a viagem, um pouco mais intensa.
        Tentamos resistir com as roupas compradas como “100% impermeáveis”.
        Parar no acostamento para vestir as roupas de chuva? Não. Resistimos à idéia.
        Mais alguns quilômetros e estávamos percebendo que a umidade que sentíamos dentro das roupas não era suor; era chuva mesmo. Aí, paramos, colocamos as roupas de chuva e seguimos.
         Precisávamos abastecer a moto e estávamos próximos a Naviraí, Mato Grosso do Sul.
        Atentem para o fuso horário nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. É de uma hora a menos em relação à Região Sul (nosso caso).  
        Seguindo com a descrição...
        Se tiverem que abastecer em Naviraí-MS, e precisarem entrar na cidade, optem pelo trevo onde há esculturas de araras (segundo trevo, contando de quem está subindo o Brasil a partir de Guaíra-Mundo Novo-Japorã-Eldorado-Itaquiraí).
        No centro da cidade abastecemos em um Posto Petrobrás, sendo muito bem atendidos, onde deixamos adesivos da viagem e um abraço para o “Jacaré” e o pessoal.
        Seguimos, debaixo de uma chuva que insistia em nos castigar.
Almoçamos em Dourados em um restaurante à beira da rodovia. Ponto de parada de ônibus e caminhões e onde servem na modalidade buffe livre. Na frente do restaurante há uma cabine telefônica em forma de onça pintada.



        Depois de abastecermos, em um Posto BR a uns trezentos metros desse restaurante, seguimos a Campo Grande a 230 quilômetros de Dourados(MS).
        Chegamos a Campo Grande quando o hodômetro já marcava 1.150km, atingindo aí, nosso primeiro milhar.
        Antes de Campo Grande, uns 10 km avistamos à direta, um hotel, mas preferimos seguir. Mais uns três quilômetros à esquerda, um grande restaurante com posto de abastecimento. Esses estabelecimentos fazem parte do mesmo grupo. Mais adiante, veio o arrependimento. Devíamos ter ficado naquele hotel.
        Chegamos molhados ao Motel Classic, local de pernoite (roupas, botas, luvas). Um transtorno. Pusemos secar, usando as cordinhas que levamos. O inter-comunicador estava úmido. Sequei e coloquei carregar. Mas não funcionou.
        Sentimo-nos enganados pelo investimento que fizemos em roupas, luvas e botas “100% impermeáveis”.
        Depois de enviar um SMS para nosso pessoal, pedimos a janta.
        Como aperitivo, uma dose de conhaque para espantar uma possível gripe.
        Pernoite, R$ 90,00 com café-da-manhã.


03/04/2013 – Campo Grande(MS)-Rondonópolis(MT)

        Saímos às 6:25.
        Depois de abastecermos a moto, seguimos para Rondonópolis(MT).
        Continuamos pela BR-163. Uma rodovia que, a partir de Cascavel(PR), recebe um trânsito constante de caminhões, principalmente bi-trens, mas como a rodovia é de extensas retas e está em bom estado de conservação, as ultrapassagens são tranqüilas.
        A chuva nos castigou até São Gabriel do Oeste-MS. Isso significa que rodamos, desde ontem, cerca de OITOCENTOS QUILÔMETROS sob chuva constante e, por vezes intensa.
        Mas continuávamos molhados.
        Na região entre Bandeirantes e São Gabriel do Oeste, pequenas construções no campo nos chamaram a atenção. O que identificamos depois como abrigos para avestruzes. 
        Estávamos passando por uma região de fazendas de criação de avestruzes.





        Ainda na BR-163, proximidades do Pantanal Mato-Grossense, por duas ocasiões nos deparamos com animais silvestres mortos, em valas, ao longo do acostamento. Primeiro, uma capivara; depois, um pequeno jacaré. É freqüente vermos atravessando a pista, minúsculos animaizinhos que mais parecem lagartixas. Na dúvida, confirmamos essa informação com um frentista, que nos disse se tratarem de filhotes de jacarés.
        Seguimos para Coxim, onde almoçamos no restaurante das Araras. Excelente atendimento, excelente cardápio, principalmente à base de peixes da região.





        A partir de Coxim, passando pela região de Pedro Gomes e Sonora, no Mato Grosso do Sul, encontramos retas que se perdiam no horizonte, ladeadas por infindáveis lavouras de milho, plantações de eucaliptos, extensos canaviais, formando belíssimas paisagens.







        Atravessamos a fronteira com o Mato Grosso às 13 horas (horário local), novamente sob chuva fraca, enquanto no painel, um número se formava: 1.530km.
        Mais alguns quilômetros e chegávamos a Rondonópolis, onde pernoitamos e jantamos no Horto Hotel, a duzentos metros da entrada da cidade e onde fomos muito bem atendidos.
        Excelentes acomodações e excelente café-da-manhã.
        Preço do pernoite: R$ 156,00 c/café-da-manhã.



04/04/2013 – Rondonópolis(MT)-Várzea Grande(MT)


        Saímos tarde de Rondonópolis (7h40min, horário local).
        O dia estava quente e havia Sol.
       Seguindo a sugestão do Sérgio, de Campo Novo do Pareci (que encontramos no restaurante em Coxim, e a quem agradecemos e registramos nosso abraço), seguimos na direção de Poxoréo e Primavera do Leste, com destino a Cuiabá-MT.
       Difícil sair de Rondonópolis para Poxoréo- Primavera do Leste. Não há qualquer sinalização na saída. Felizmente, com informações de frentistas, conseguimos sair e pegamos a rodovia MT-130.
       A rodovia no trajeto de Rondonópolis a Poxoréo, por aproximadamente vinte quilômetros, está sofrendo reparos. Depois, desse trecho está em boas condições e há pouco trânsito de caminhões e poucas curvas.
        Em Poxoréo encontramos o Tiago, que vinha de Rondonópolis com destino a Cuiabá. Com ele confirmamos em detalhes, mais informações sobre a travessia de Cuiabá em direção a Cáceres.
        Depois do pedágio em Poxoréo (mais trinta quilômetros, já nas proximidades de Primavera do Leste), tomamos à esquerda, para Cuiabá. Novamente sem qualquer placa de sinalização indicativa. Apenas uma placa indicava Cuiabá a 219 quilômetros. Sequer havia placa indicativa da rodovia e tampouco indicativa de distâncias a outras cidades.
        Rodamos muito por longas retas e uma boa estrada, mas a cerca de vinte quilômetros de Campo Verde, nos deparamos com uma rodovia em péssimas condições. A partir do Km... Isso também faltou. Onde foram parar as placas? Placas havia, mas indicando as variedades e cultivares de milho nas plantações ao longo da rodovia. Não vamos falar de placas, vamos falar que a partir da Entrada à Fazenda Modelo, por cerca de vinte quilômetros, até Campo verde o asfalto está em péssimas condições. A única placa indicativa da rodovia (BR-070) está a cerca de cinco quilômetros da cidade.
        Depois de Campo Verde, seguimos até Chapada dos Guimarães (sob forte chuva), onde almoçamos no Restaurante Penhasco, recebendo excelente atendimento por parte do Ednélio.
        Restaurante em meio à mata, parte do complexo de cabanas e hotel, com uma bela e deslumbrante visão da Chapada. Inesquecível.












        Inesquecível também, a chuva, que retornou forte e passou a ser nossa companhia até nas proximidades de Cuiabá.
        Cuiabá mais parece um gigantesco canteiro de obras viárias (preparação para a Copa do Mundo). Tentamos seguir as dicas recebidas do Tiago e do Ednilson, mas estava difícil.
       Em um cruzamento encontramos o Geraldo, de moto, com sua esposa, que se prontificou a nos acompanhar até a saída da Capital Matogrossense. Um alívio, uma bênção. Não fosse por ele, teríamos penado muito para encontrarmos a saída para Várzea Grande. Pessoas assim, que fazem o bem por simplesmente fazer, sem interesse algum, são difíceis de encontrar. A ele e sua família, nosso grande abraço.


        Mas não seguimos para Cáceres. Já era tarde para isso. Até Cáceres seriam 203 km. Ficamos em Várzea Grande, no Âncora Pantanal Hotel (excelente atendimento), logo à direita do trevo onde do outro lado está um posto da Polícia Rodoviária Federal.
        Boas acomodações a R$ 136,00 a diária de casal e um ótimo café-da-manhã.
        Até aqui, percorremos 2.075km.


05/04/2013 – Várzea Grande(MT) – Vilhena(RO)
       
         Saímos às 6:55 do hotel e tomamos a direção de Cáceres.
        De Cuiabá a Cáceres, são 203 quilômetros. Nos primeiros 120 quilômetros, o único posto de Abastecimento é o Posto Carga Pesada, onde há lugar para pernoite, lancheria, mercadinho e até... dentista! Depois, há outro, a cerca de quarenta quilômetros.
        Distância percorrida até Cáceres: 2.283 quilômetros.
        Até às três horas da tarde, o Sol esteve presente, mas depois, a chuva apareceu. Embora esparsa, serviu para atrapalhar um pouco.
       A rodovia de Cuiabá(MT) a Vilhena(RO), por Cáceres está em bom estado de conservação. São longas retas e o trânsito é fraco.
Fizemos 736 quilômetros nesse dia, chegando em Vilhena-RO às 6:02
        Durante o trajeto a gente fez amizades. Muitas dessas amizades, com caminhoneiros, com os quais mantivemos boas conversas e com os quais, muitas vezes, nos revezávamos nas ultrapassagens.  Caminhoneiros, como o José Dias, de Ariquemes, a quem deixamos aqui nosso abraço em nome de todos os demais.
        Pegamos chuva antes de chegarmos a Vilhena, o que nos atrasou um pouco a viagem.




  
        Hospedamo-nos no Hotel Santa Rosa, localizado atrás do Park Shopping Vilhena. Um hotel simples. Fomos muito bem atendidos pelo Caio, que também gosta de motos, principalmente de motos antigas.
        Atravessamos a rua e fomos jantar em um restaurante simples que serve pelo sistema de Buffet.
        Preço do hotel: R$ 95,00/casal com café-da-manhã. Possui parte da garagem coberta e toda ela está calçada.
        Ainda não recuperamos o dia de atraso.
        Até aqui percorremos 2.816 quilômetros.


06/04/2013 – Vilhena(RO) – Ariquemes(RO)

        Saímos às 7:05 de Vilhena, acompanhando o trânsito pesado.
        A BR-364 corta a cidade. É só seguir o fluxo do trânsito e a gente sai facilmente.
        A estrada é boa até aproximadamente 10 quilômetros antes de chegarmos a Pimenta Bueno(RO), no Km 136, quando começam a aparecer buracos e reparos mal feitos, por cerca de quarenta quilômetros até Cacoal.
        A partir de Cacoal(RO), é que o suplício começa e se estende por 110 km até Ji-Paraná. Trecho com muitos buracos e, em alguns lugares, até sem asfalto, obrigando a todos que trafegam por aí,  a passarem para a pista contrária.

            

                     


        Depois de Ji-Paraná, melhora um pouco (uns 20%), até Jaru, mas isso não dispensa da atenção que nos obrigamos a ter até Ariquemes.
        Portanto, rodamos aproximadamente 200 quilômetros nessas condições.
        (E a chuva voltou a partir de Jaru.)
        Pernoitamos em Ariquemes, no Hotel Verona II, às margens da BR-364, chegando às 16:30, totalizando até aqui, 3.335km rodados. Nesse dia, percorremos 519 km.
        Aqui fizemos mais um amigo, o também motociclista Renato Zirondi, de Sertãozinho(SP), com quem conversamos por um bom tempo.
        Hotel: boas acomodações; bom café-da-manhã.
        Preço por pernoite: R$ 80,00 com café-da-manhã.



07/04/2013 – Ariquemes(RO) – Acrelândia(AC)

        Saímos às 7:12 do Hotel.






        Almoçamos em Abunã(RO), em um restaurante próximo ao Posto Tem, onde abastecemos a moto.
        O restaurante tem um bom cardápio de buffet, mas os banheiros, localizados ao lado de fora do restaurante, estão em péssimo estado de conservação.
        Trinta quilômetros adiante, em Vista Alegre de Abunã, encontramos o José Ari, um mineiro que se estabeleceu ali, há muitos anos. Deu-nos informações importantes sobre as condições da Rodovia do Pacífico.
        Mais alguns quilômetros e estávamos atravessando a balsa sobre o Rio Madeira. Rio que, no Perú, recebe o nome de Rio Madre de Diós. Nessa travessia (R$ 4,00 para motos) que durou cerca de 30 minutos, encontramos a Nilda. Uma pessoa alegre, divertida, simpática, com quem nos sentimos à vontade para brincadeiras.
       



            

 

        Da balsa se vê a bandeira da Bolívia tremulando no outro lado da margem.






        Seguimos.
        Atravessamos a fronteira de Rondônia com o Acre às 15:20.






        Pernoitamos em um hotel, anexo a um Posto de Serviço, na entrada para Acrelândia-AC, a cem quilômetros de Rio Branco.
       A BR-364, a partir de Vista Alegre do Abunã está em boas condições (com raras exceções), até Rio Branco, entrada para Acrelândia.
        Hotel: boas acomodações, mas sem café-da-manhã.
        Preço do pernoite: R$ 100,00.
        Anexo há um restaurante que serve jantar simples, mas bom, pelo sistema de buffet.
        Até aqui, rodamos 3.957km.




08/04/2013 – Acrelândia(AC) – Epitaciolândia(AC)

        Acordamos cedo (4:30), carregamos a moto e esperamos uns quinze minutos até amanhecer. Assim que a claridade da manhã surgiu, saímos. Não queríamos pegar a estrada ainda escuro.  Durante a noite, o risco de encontrarmos algum animal silvestre atravessando a pista é maior do que durante o dia.
        Rodamos pela BR-364 até uns vinte quilômetros de Rio Branco e tomamos à esquerda.

        A partir daí, a BR-317, a Rodovia do Pacífico, está em péssimas condições de conservação.








        Em Capixaba(AC) descobrimos que a única operadora de telefonia a partir de Rondônia é a OI. Acabei adquirindo um chip da Oi com código de área 68. Desde 12/03/2013, data que solicitei habilitação do número dos dois celulares (chip da VIVO) para uso no exterior, ainda não haviam sido liberados!!.
        A aquisição do chip da Oi nos possibilitou fazermos ligações para casa.
        Depois das ligações, seguimos a Epitaciolândia, a 110 quilômetros de Assis Brasil, fronteira com o Perú.
        Conforme informações, Assis Brasil é menor que Epitaciolândia e, portanto, talvez não tivesse muitos recursos.
        Almoçamos no Restaurante Paraíso do Sabor em Epitaciolândia. Bom restaurante com boa variedade.
        Foi trocado o óleo da moto e ajustada a corrente na Lubri Pneus no centro da cidade.
        Optamos por ficarmos em Epitaciolândia, onde pernoitamos na Pousada Tobias que foi a melhor opção.
        Boas acomodações. A moto ficou nos fundos da pousada, mas de frente para o quarto em um espaço de terra e pequenas pedrinhas.
        Ótimo atendimento por parte do proprietário, Sr. Tobias e de seus auxiliares, Débora e José.
        Preço do pernoite, R$ 110,00 com café-da-manhã.
        Aqui em Epitaciolândia-AC, as operadoras são a Tim e a Vivo.
        Hoje rodamos 304 km, completando até aqui, 4.264km.



09/04/2013 – Epitaciolândia(AC) – Puerto Maldonado(PE)

        Novamente, acordamos cedo (5 hrs) e antes do café deixamos a moto carregada.
        O sol aparecera.
        Seguimos pela Rodovia do Pacífico, a BR-317, que continuou em péssimo estado de conservação até Assis Brasil.
        Saindo de Epitaciolândia, cruzamos a Ponte sobre o Rio Acre e chegamos a Brasiléia, cidade brasileira na divisa com a Bolívia.


        Cidade mal cuidada, com trânsito confuso, muitas motos pequenas e onde, no trânsito, ninguém respeita ninguém. Até chegarmos a um trecho da BR-317, foi um sufoco. Havia chovido e as poças de água estavam por toda parte. Em muitas ruas o asfalto fora tomado de buracos e terra.
        Um taxista nos indicou um atalho para sairmos da cidade, mas esse atalho era uma rua estreita, onde somente passam pequenas motos e bicicletas. Por duas ocasiões tive que passar me equilibrando, de moto, entre dois grandes tocos de madeira. Difícil...








        Próximo destino alcançado, Assis Brasil.
        O hodômetro marcava 4.374 quilômetros.
        Chegando a Assis Brasil, fomos inicialmente à Aduana brasileira (Receita Federal), onde fomos encaminhados para fazer os trâmites de saída do Brasil (carimbo nos passaportes, formulário da moto, etc.).


        MAS,TRÂMITES DE SAÍDA DO BRASIL PARA BRASILEIROS??
        Esse fato nos surpreendeu, já que, em outras viagens nada foi pedido. O funcionário simplesmente informou que era praxe. (Em nosso retorno ao Brasil, por São Borja, a Aduana brasileira estranhou esse fato. Mesmo assim e, sem sistema operando e sem nenhum registro de entrada, foi aposto, pela Receita Federal, carimbo em nossos passaportes.)
        Em seguida, sob um Sol e um calor insuportável, atravessamos a ponte sobre o Rio Acre novamente.



       
        No outro lado, em Iñapari, a dois quilômetros da divisa, a Aduana peruana nos esperava.

 

        Carimbo nos passaportes, preenchimento de formulário da moto (Xerox dos documentos – tirados em uma das tendas no outro lado da pista: Carteira Internacional ou Nacional de Habilitação, do CRLV, do passaporte do motorista).
        Depois desses trâmites, trocamos US$ 400 por Nuevos Soles, com a  Emi, o que deu $./  1.020 (nuevos soles). Senhora muito simpática e atenciosa, nos alertou para as notas falsas de Nuevo Sol. Disse ela que era para observarmos que nas notas, se o pequeno número indicativo do valor mudar de cor, a cédula é verdadeira.
        Em seguida, na barraquinha ao lado, fizemos o seguro para trânsito de veículos no Peru, o SOAT (Seguro Obligatorio de Accidentes de Trânsito-SOAT 2012), a um custo de $ 115,00 (nuevo soles), com validade para trinta dias (09-04 a 09-05/2013).
        IMPORTANTE: se você não solicita onde deve ser feito esse seguro, ninguém irá avisá-lo.
        Enquanto estávamos em viagem através do Perú, somente uma vez nos foi solicitado esse seguro que é obrigatório, equivalente ao Seguro Carta Verde para o Mercosul. Pagamos 44 dólares (também pode ser pago em Nuevo Sol), para um período de trinta dias (09/04 a 09/05).
       Câmbio e seguro podem ser feitos em frente à aduana peruana em uma das barraquinhas (tendas).
        Como no Perú a hora oficial é de menos duas em relação à Brasília, concluímos os trâmites de entrada naquele País, às 10:45 da manhã. O que seriam, 12:45 no Brasil.
        Em seguida, tomamos a Ruta PE-30C, a Rodovia do Pacífico que, em praticamente toda sua extensão está em boas condições de trafegabilidade.
        Paramos em Iberia para abastecermos em um Grifo (denominação para pequenos postos de abastecimento).




        Assim como nas demais localidades ao longo dessa rodovia, não há muitos recursos e os grifos são postos precários. Importante dizer que, apesar dessa precariedade, em quase toda pequena povoação há um desses grifos (uma bomba para gasolina e outra para óleo diesel). Não tivemos problema com falta de combustível enquanto estávamos no Perú. Lembrando, no entanto, que, sempre que tiver oportunidade, abasteça.
        No Perú, de dez em dez quilômetros, aproximadamente, há um telefone para emergência. O tempo de atendimento à chamada é imediato. Entretanto, como as distâncias são grandes, há casos em que o socorro poderá demorar horas.
        Depois dessa parada, tomamos a direção de Puerto Maldonado, na região de Madre de Diós, em plena selva amazônica peruana (a chamada selva baixa).






        Há dois pedágios nessa rodovia, mas assim como em todo o Perú, em nenhum deles moto paga.
        Esta rodovia está em bom estado de conservação. Já sofreu alguns reparos, porém, em termos de qualidade, nem se compara com os remendos feitos aqui no Brasil. Não se percebe a diferença, exceto pela mancha escura do asfalto.
        Há muitas curvas e gado na pista em todo o trajeto até Puerto Maldonado.
        Ao longo dessa rodovia, há pequenos povoados, comunidades, o que significa uma profusão exagerada de lombadas. É preciso muito cuidado; apenas algumas estão sinalizadas.



  


        Nessa rodovia, no Km 555, aproximadamente, estávamos descendo um trecho e vi ao longe um pequeno caminhão boiadeiro. Sobre a carroceria, havia algumas pessoas. Deixei a moto rodar livremente, preparando-me para ultrapassá-lo quando, a cerca de 300 metros para iniciar a ultrapassagem, sem qualquer sinalização, sem qualquer aviso, o motorista resolveu fazer o retorno em cima da pista, obrigando-me a abortar a ultrapassagem e a frear, esperando que ele concluísse o retorno. Não reclamei, não fiz qualquer movimento de contrariedade. Resolveria alguma coisa reclamar? Aguardei  e segui adiante estupefato. 
        Mais alguns quilômetros e atravessávamos a Puente Billinghurst sobre o Rio Madre de Diós, para alcançarmos Puerto Maldonado, justamente quando o relógio marcava 14h45min, hora local e distante 4.600 quilômetros de casa.




        Hospedamo-nos no Hotel Puerto Amazônico, na seqüência da entrada na cidade.
        Enquanto carregávamos as coisas para o quarto, pedíamos dois pratos a la carte para entrega no aposento. Ainda não havíamos almoçado...
       Acabamos almoçando às 15:30, com direito a duas longnet Cusqueña! Uma boa cerveja...
        Hotel com boas acomodações e bom café-da-manhã.
        Preço do pernoite: S./ 180,00 (cento e oitenta nuevos soles).
       Na hora do jantar (ao preço de S./ 42,50), descemos até a portaria para enviar as mensagens.
        Hoje rodamos apenas 336 km.


10/04/2013 – Puerto Maldonado(PE – Ollachea(PE)

        Estava chovendo quando carregamos a moto na garagem sem cobertura, ao lado do hotel. A moto havia ficado sob uma árvore.
        Rodamos pela cidade até encontrarmos um Posto de Abastecimento em frente ao obelisco (mirador turístico).



        Abastecida a moto, contratamos um moto-táxi para nos levar até a saída de Puerto Maldonado em direção a Santa Rosa e Puno, ao custo de quatro nuevos soles. Esse expediente adotamos mais de uma vez para sairmos do trânsito confuso e perigoso das cidades. Gasta-se pouco e a gente sai com segurança e sem perder muito tempo.
        Atingida a saída da cidade, rodamos na direção de Puente Iñambari.








        Depois, tomamos à esquerda, em direção à Ollachea a 3.200m de altitude.
        A partir daqui, Puente Iñambari, começa a subida da Cordilheira.
       A estrada é boa, mas cheia de pontes, lombadas (muitas delas sem sinalização); pequenas comunidades; curvas, muitas curvas; reparos na rodovia e, novamente, gado na pista.



















        A aproximadamente uns vinte quilômetros antes de chegarmos a Ollachea, estão construindo um túnel em substituição a um trecho da rodovia que não apresenta condições de uso.


        Após passarmos o canteiro de obras (aproximadamente 150 metros), nos deparamos com um riacho correndo sobre a rodovia. Havia muitas pedras de rio de vários tamanhos; na maioria, grandes. A água estava limpa, mas o fundo, formado por essas pedras, estava muito instável.
        Iniciei a travessia.
        Até dois terços do trajeto, foi relativamente bem, mas de repente, a moto perdeu aderência, o pneu dianteiro tocou uma enorme pedra e caímos dentro daquele córrego.
        A Cleci ficou com o tornozelo preso embaixo da moto. Depois de muito esforço, consegui liberar sua perna, mas a dor era intensa e a tensão também. Procurei manter a calma e buscar ajuda.
        Apesar de ter feito sinal a um dos trabalhadores que apareceu, não obtive nenhuma resposta.
        Tentei em vão, levantar a moto sozinho. Não havia apoio no leito do pequeno riacho.
        Saí da água e fui até o canteiro de obras. Encontrei o mesmo sujeito a quem havia feito sinal, ajudando um motorista a apertar os parafusos da roda traseira de um caminhão (???). Pedi que conseguisse uma corda grossa ou uma espia para, com a ajuda de um veículo, levantarmos a moto.
        Sem pressa, retornou com uma corda grossa, mas quanto ao veículo, disse que necessitava de uma autorização. Nesse momento surgiu alguém da obra em uma camionete e disposto a nos ajudar.
        Prendi a corda embaixo da camionete e a outra ponta no suporte da pedaleira traseira e conseguimos levantar a moto. Depois de fazê-la funcionar e sair do rio, acenei agradecido, enquanto ele seguia seu caminho.
        A mala direita, onde estavam minhas roupas, ficou totalmente tomada pela água, que escorria dos cantos do baú lateral.
        O motorista da camioneta havia informado à Cleci que a uns 12 km encontraríamos um acampamento de obreiros, onde um médico brasileiro poderia atendê-la.
        Seguimos.
        Quando chegamos ao local que parecia ser o indicado, uma pessoa nos informou que lá não havia nenhum médico e que aquele era o único acampamento nas proximidades. Teríamos entendido mal a informação?




        Rodamos mais uns oito quilômetros, onde a estrada estava novamente em reparos. O trânsito havia sido fechado às 15:15 e somente seria liberado às 18hrs. Formou-se fila de automóveis, caminhões e motos.









        Enquanto aguardávamos a liberação da estrada, eu torcia as meias, encharcadas de água, não somente porque entrei no córrego, onde caímos, mas porque já estava molhada. Afinal, estávamos calçando “botas 100% impermeáveis”...


        Já estava escurecendo quando liberaram a pista no trecho de terra, cheia de ondulações. Logo a seguir, novamente um trecho onde um córrego descia da montanha.
        Nesse ponto, já estava escuro e foi difícil escolher o lugar que oferecesse menos perigo, já que, à esquerda, havia um precipício.
         A Cleci foi à frente para sondar o terreno e apontou o menos perigoso. Iniciei a travessia receoso, preocupado. Graças a Deus, conclui a travessia e continuamos a viagem. Mais alguns metros (200, talvez), a estrada já apresentava boas condições até Ollachea.
        Mas em Ollachea, constatamos que não era nada daquilo que havia entendido quando visitei um site.
        A cidade não é turística e, portanto, não possui infra-estrutura adequada. Foi difícil encontrarmos um local que fosse possível pernoitar.
        Encontramos um “hotel”, cujo quarto era pequeno, mas tinha um vazo e uma pia, e serviu para nos abrigar naquela noite. Já eram oito da noite e estávamos cansados e famintos, pois nem havíamos almoçado.
        A moto ficou dentro da loja da dona do “hotel”. Ficamos agradecidos, pois, não fosse isso, a moto ficaria na rua. Talvez pelos riscos que ela já previa, se ofereceu para acomodar a moto a um custo de 15 soles; mais trinta do quarto, 45 soles.
        Enquanto a Cleci tentava organizar algumas coisas, saí para procurar um lugar para jantar. Na esquina, a cinqüenta metros de onde estávamos hospedados, um lugar simples, oferecia refeições (arroz, frango ao molho, uma tigela de sopa e pão). Jantei por obrigação (oito soles) e saí.
        Passei no mercadinho, em frente ao “hotel”, onde encontrei achocolatado, bolachas e alfajores. Levei para ela e para nosso café do dia seguinte.
        Até aqui, Ollachea(PE), fizemos 4.922 quilômetros.


11/04/2013 – Ollachea(PE) – Puno(PE)

        Conseguimos dormir, apesar do desconforto do quarto, da umidade, do frio, da pequena cama (3/4 de casal).
        Como café-da-manhã, um resto de achocolatado da noite anterior, um pedaço de bolo inglês.
        Tomamos a direção de Macusani, a mais de 4.000 m de altitude. A rodovia é igualmente cheia de curvas e à beira de precipícios, com alguns trechos em reparos, mas no geral, está em bom estado de conservação e as paisagens são indescritivelmente belas. Não tivemos mais problema como o do dia anterior.



   

       



        Chegamos a Macusani, onde abastecemos a moto e procuramos um lugar para o café-da-manhã, sem sucesso. Havia, mas àquela hora da manhã, estavam lotados por trabalhadores.
        Podemos observar que Macusani está um pouco melhor estruturado do que Ollachea.
       Estacionamos a moto em frente à praça principal, comemos mais uns pedaços de chocolate e seguimos.

 


         Mais trinta e cinco quilômetros e atingíamos Abra Oquepuño a 4.873 metros de altitude.
         O termômetro assinalava 3ºC.



        Seguindo, cruzamos por pequenos vilarejos: Rosário, San Antón, Asilo, Purina, passando pelo cruzamento para Pucará.
        Fomos parados por policiais em Pucará (apresentação de documentos) que, muito gentis e curiosos, acabaram tirando foto com a gente.











        A rodovia para Juliaca, nesse trecho, é de extensas retas e está em boas condições de conservação. Porém, para atravessar Juliaca, foi necessário fazer um grande exercício de paciência e de nervos. O trânsito é intenso, com automóveis, motocicletas e, principalmente vans, buzinando e sem qualquer consideração com os demais.
        Felizmente conseguimos sair da cidade em direção à Puno.
        Chegamos a Puno por volta das 15hrs. No hodômetro, 5.270quilômetros.



        A primeira vista do Lago Titicaca, chegando a Puno(PE). 



       Após estacionar a moto junto à Plaza de Armas, procurei hotel nos arredores, conseguindo vaga no Casona Plaza Hotel. Precisávamos descansar, recuperar as más impressões, além de seguir com a programação que era visitar a Ilha dos Uros.
         Fizemos o pagamento adiantado de duas diárias.
        O atendente foi comigo até uma garagem a três quadras do hotel para deixarmos a moto. Não houve custo adicional. A garagem não tem cobertura em toda sua extensão e o chão é de terra, mas não houve outra solução. A moto ficou segura. Isso é o que importa.
        No retorno da garagem, deixei na portaria minhas roupas molhadas para encaminhar para secagem em um varal na cobertura do prédio. Não houve custo.
        Depois de um banho rejuvenescedor, descemos para jantar no restaurante do próprio hotel.
        No retorno para o quarto, ligamos para a portaria para acertar a visita ao Lago Titicaca para o dia seguinte às nove hrs.
        Hotel: Excelentes acomodações e excelente café-da-manhã.
        Preço da diária: 90 dólares, mas com desconto (a pedido), ficou por 70 dólares com o desayuno.


12/04/2013 – Puno( Ilha Flutuante dos Uros) - (PE)


        Depois do café, aguardamos a van que nos levou até o porto, onde embarcamos em uma lancha, indo até a Ilha dos Uros.




   

        A Ilha Flutuante dos Uros está localizada sobre o maior lago navegável do mundo, a mais de 3.800 m de altitude, o Lago Titicaca (considerado sagrado pelos Incas), que divide sua extensão entre o Perú e a Bolívia e é formado por cinco rios importantes.




        Essas ilhas possuem uma estrutura muito bem montada em milhares de trançados, feitos de um tipo de junco chamado totora. Mesmo material que utilizam para construírem suas moradias. Hoje as amarras são feitas com cordas de nylon, mas antigamente, eram usados cipós, que em pouco tempo se deterioravam, exigindo constante manutenção. Mesmo assim, todos os anos são substituídos os blocos que apresentam defeito ou estão em estágio de deterioração.
















      
        Quando visitarem essas ilhas, convém levarem dinheiro (nuevos soles, preferencialmente, embora aceitem dólares também) para as compras e para o passeio em um de seus barcos.





        Hoje não há mais descendentes desse povo originalmente conhecido por Uros. Segundo o Guia que nos acompanhou, a última descendente desapareceu há mais de oitenta anos.
        Os nativos que atualmente habitam essa ilhas são descendentes dos aymaras e dos  quéchuas. Enquanto as mulheres se ocupam dos afazeres domésticos, os homens saem pescar e caçar. Sua principal atividade está no turismo, com a venda de produtos de artesanatos e da renda obtida com o ingresso de barcos de turistas em seus territórios flutuantes.
        Uma das nativas, a Francisca, nos convidou para visitarmos sua cabana e conhecermos seu trabalho artesanal. Limitados pelo dinheiro que havíamos levado e pelo espaço na moto, pouco compramos.




 

         Há outras ilhas, não flutuantes para serem visitadas, como Amantani e Taquile onde o turista é convidado a permanecer nelas um ou dois dias, acompanhando assim, o cotidiano de seus habitantes e participando de algumas tarefas.
        Durante nosso passeio pela Ilha dos Uros, fizemos mais um par de amizades: o Eduardo, de Brasília e a Jaqueline, de São Paulo. A eles, nosso abraço.



        Decidimos ficar mais um dia em Puno. Acertamos nossa saída para domingo pela manhã.
         Preço do passeio, incluído o transfer, 30 S./ por pessoa.
        Ao cair da tarde, um passeio pela Plaza de Armas, umas fotos e,






o retorno ao restaurante do hotel para jantarmos, enquanto um grupo folclórico entoava canções andinas.



13/04/2013 – Puno(PE)

            Hoje reservamos o dia para um passeio pela cidade de Puno.
        Antes, porém, procuramos um escritório da Movistar para nos informar como ligar do Perú para o Brasil de nossos celulares, uma vez que, não estávamos conseguindo, embora tivéssemos habilitado para ligações do exterior.
Informaram-nos que estaria aberto somente depois das nove da manhã. Como faltavam ainda quinze minutos, resolvemos ir até o porto.
        Contratamos um moto-táxi que nos levou até o porto, ao custo de três soles.

  

       


 
  

        A partir do porto, contratamos um táxi para nos levar até o Yavari, barco inglês, montado como um quebra-cabeças e trazido ao Lago Titicaca.
        Até esse barco, margeando o Lago Titicaca, uma belíssimas praça, tendo à esquerda a UNA PUNO - UNIVERSIDAD NACIONAL DEL ALTIPLANO.

  






        Seguindo com o passeio, continuamos até o Cerrito Huajsapata, onde a imponente estátua de Pachacuted se impõe, como guardiã da cidade de Puno e do imenso Lago Titicaca. É uma linda vista panorâmica, que deve ser desfrutada, preferencialmente, pela manhã. A partir da meia tarde, segundo informações, não convém subir o cerro.
         Enquanto apreciávamos a vista, o motorista aguardava paciencioso que tirássemos fotos. Em seguida, nos deixou na Plaza de Armas.








        No trajeto, o condutor nos explicava a razão de existirem tantas construções sem reboco. Se concluída a construção, dizia ele, o imóvel teria um valor maior, o que implicaria, certamente, em pagamento de tributo maior à municipalidade.
        No retorno dos passeios, fomos até a Movistar que após várias pesquisas, informou que não havia habilitação para roaming internacional e que isso somente poderia ser feito no Brasil.
        Informou também, que para ligarmos para o Brasil, poderíamos utilizar uma cabina telefônica, inserir moedas (soles), e discar 0055-o código de área e o número desejado. O que fizemos e deu certo.
        Almoçamos no mesmo restaurante que almoçamos ontem, o restaurante La Hosteria, sendo muito bem atendidos pelo Eric.
        Antes de retornamos ao hotel e iniciamos a preparação e acomodação das coisas para viagem do dia seguinte, circulamos pelo centro para mais algumas fotos da Plaza de Armas em Puno.

   
                          

 





14/04/2013 – Puno – Cusco(PE)


        Saímos do hotel carregando as coisas e colocando-as em um táxi.
        O funcionário do hotel nos acompanhou até a garagem e esperou que carregássemos a moto.
        Saímos às 7:12.
        Foi fácil sair de Puno e logo pegamos a estrada para Juliaca.
       Tínhamos, ainda, que atravessar Juliaca que, quando viemos foi um verdadeiro exercício de paciência e destreza. O trânsito no domingo pela manhã parecia não ter mudado nada de quando viemos.

  


         
        Felizmente conseguimos sair mais fácil do que pensávamos, não sem antes, nos informarmos aqui e ali da saída para Cusco.
        Passado o sufoco em Juliaca, tomamos a direção de Pucará.
        A estrada em direção a Cusco, passa entre montanhas, curvas, algumas retas, pouco movimento, belas paisagens.








        Nesse trajeto fizemos uma parada em uma Feira de Artesanato em Abra La Raya, plena Cordilheira Central dos Andes, a 4.338 m.s.n.m.





 
         Seguindo, atravessamos povoados encravados nas montanhas da Cordilheira, formando com o Rio Vilcanota, paisagens surrealistas de cuja beleza ainda buscamos palavras para descrever.











      
        Às 14h30min chegávamos a Cusco, capital do antigo império Inca.
        Novamente enfrentamos um trânsito intenso, porém na entrada da cidade, a avenida é larga e bem sinalizada. Contudo, em certo ponto, não há sinalização indicativa para o Centro Histórico e aí, acabamos contratando um taxista que, por vinte nuevos soles nos conduziu até a Plaza de Armas.
        Em dado momento, o táxi à frente, adentrou por uma rua estreita, ao lado da Catedral de Cusco. Não percebi que em meio a essa rua se abre uma canaleta e a moto irremediavelmente foi para lá. Não era funda, mas exigiu muito equilíbrio. Parei a moto no meio da rua e a Cleci desceu. Eu segui, pilotando por mais uns trinta metros, dentro da canaleta, até sair dela. Quem iria imaginar que em uma rua pavimentada houvesse essa canaleta bem mo meio dela? Essa não foi a única surpresa em Cusco... Mais tarde, observando, deduzi que tais canaletas, existentes na maioria das ruelas, servem para a água escorrer de forma ordenada até os dutos subterrâneos.




        Alcancei o táxi e em seguida, estávamos na Plaza de Armas. Não havia lugar para estacionar, mas por condescendência de uma guarda de trânsito, acabamos parando em frente à Catedral para nos informarmos onde ficava o Hotel Don Bosco.
        Enquanto estávamos ouvindo a informação da policial, repentinamente caiu uma chuva forte de... Granizo! Em seguida, uma chuva torrencial. Quê recepção!
        Nossas roupas começavam a molhar novamente.
        Entendi mal a informação, mas a Cleci me orientou no caminho que a policial havia indicado e fomos naquela direção enquanto a chuva nos castigava.
        Seguimos em frente, agora com a informação complementada por um recepcionista de outro hotel que nos informou que o Don Bosco, anexo ao Colégio Salesiano ficava em uma elevação.
        Para nossa admiração, assim que terminamos a curva, nos deparamos com a fachada do Hotel, de acesso fácil e tranqüilo. Esse hotel está localizado a cerca de duzentos metros da Plaza de Armas.
        Chegávamos a Cusco com um dia de antecedência. Felizmente havia vaga. Contudo, dizia gentilmente a recepcionista Jurema, deveríamos sair dia 20. Não haveria acomodações do dia 20 para 21/04.
       Mas ela mesma ligou para a MachuPicchu Brasil, agência que havíamos contratado e ficou combinado que no dia seguinte, dia 15, alguém viria para conversarmos e oferecerem outra opção.
        Descarregamos as bagagens e subimos para o quarto.
        Sem trocarmos de roupa, que estavam um pouco molhadas, descemos cerca de 200 metros até a Plaza de Armas para umas fotos e jantarmos.
       
Vista da Plaza de Armas, tendo ao fundo o Templo de La Compañia de Jesus.
   

Plaza de Armas e à direita, Catedral de Cusco.
         Até aqui, Cusco, rodamos 5.630 quilômetros.


15/04/2013 – Cusco(PE)


        Durante o café-da-manhã, aqui em Cusco, fizemos mais amigos: Marcelo e Cíntia de São Paulo. Durante os dias seguintes, nos encontraríamos várias vezes, incluindo os passeios ao Valle Sagrado e a MachuPicchu. A eles, nosso grande abraço.


        Hoje tivemos contato com o Jean Carlos, da Agência MachuPicchu Brasil.




        Devido ao incidente em que a Cleci ficou com o tornozelo machucado, foi impossível darmos continuidade ao programado que era fazermos a Trilha Inka.
        O governo peruano não devolve o dinheiro nem nesses casos. Assim, teríamos que adequar os dias vagos em virtude da não efetivação dessa trilha, relocando e inserindo passeios para melhor aproveitarmos o tempo.
        Vale aqui um comentário especial.
       A Agência foi impecável na busca por uma solução que nos deixou plenamente satisfeitos. Desde os primeiros contatos no Brasil para o fechamento do pacote, sempre foram atenciosos e prestativos.
        Como não iríamos fazer a Trilha Inka, ficou acertado que dia 20 faríamos visita ao Valle Sagrado e, na seqüência, iríamos de trem de Ollantaytambo até Aguas callientes (com reserva de hotel) e para, no dia 21, subiríamos a MachuPicchu.
        Tudo saiu perfeito: a agência se encarregou de acertar o hotel em Águas Callientes, e nosso transporte de trem. Evidentemente, houve um custo adicional, mas considerando que tudo se encaixou perfeitamente, saímos, como disse, satisfeitos.
        Aproveitamos para irmos até a agência de viagem e contratarmos o passeio do dia 18/04 para Moras & Moray.
        Depois, muito atencioso e simpático, o Jean Carlos serviu-nos de cicerone, mostrando lojas e casas de câmbio.
        Adquirimos, por sugestão do Jean Carlos, o Boleto Turístico Completo (Boleto Turistico del Cusco Integral), vendido pela Municipalidad Provincial del Cusco, logo no início da Av Del Sol, a menos de cem metros da Plaza de Armas.

        Esse boleto abrange o ingresso a 16 lugares, entre sítios arqueológicos, museus e uma apresentação de dança típica, e possui a validade de dez dias. Custo desse boleto: S/, 130,00 por pessoa. Não inclui, porém, o ingresso às Igrejas, ao Convento de Santo Domingo, ao Museu Inka e às Salinas de Moras, por exemplo.
        Lugares abrangidos pelo boleto completo:
1)    Sítio arqueológico de Moray
2)    Ollantaytambo
3)    Pisac
4)    Chinchero
5)    Tambomachay
6)    Pukapukara
7)    Q´enqo
8)    Saqsayhuamán
9)    Tipon
10) Pikilacta
11) Museo De Sítio Del Qorikancha
12) Museo Municipal de Arte Contemporanea
13) Museo Histórico Regional
14) Museo de Arte Popular
15) Monumento Pachacuteq
16) Centro Qosqo de Arte Nativo
        Depois do almoço, encontramos a Brigite, de Nova Petrópolis, Rio de Janeiro, com quem fizemos amizade.
        No final da tarde, fomos passear pela cidade, tirar fotos e tomar um café em uma “Pastelaria”, que de pastel não tem nada. É somente o nome, pois servem empanadas, salgadinhos e doces, mas pastel... Nem sabem o que é, mas servem muito bem.
        No final da tarde, fomos passear pela cidade, tirar fotos e tomar um café em uma “Pastelaria”, que de pastel não tem nada. É somente o nome, pois servem empanadas, salgadinhos e doces, mas pastel... Nem sabem o que é, mas servem muito bem.
        Depois de várias sessões de fotos (Plaza de Armas e igrejas; Plaza Kusipata, com seu Chafariz e Casa De Gobierno), como já era tarde, ficamos no centro para jantar.



Plaza de Armas: início da Av del Sol

Plaza de Armas

Plaza de Armas: à esquerda, a Catedral de Cusco; à direita, Templo de La Compañia de Jesus

Em frente à Catedral de Cusco
 
Vista lateral da Catedral de Cusco

Plaza de Armas: Monumento à Pachacuted

Templo de La Compañia de Jesus

Plaza Kusipata
Plaza Kusipata: Casa de Gobierno, de 1848
Iglesia Y Convento de la Merced

16/04/2013 – Cusco – (Saqsayhuamán, Tambomachay, Q’enqo) - (PE)


        Enquanto a Cleci esperava no hotel, fez mais uma amizade, a Madalena Felipe, de São Paulo, que havia feito a Trilha Inka. Ela fez bons comentários sobre a trilha e nos encorajou a fazermos assim que pudermos. Estava acompanhada de um grupo de amigas, alegres e simpáticas. Um grande abraço.
        Como almoço, um lanche na Plaza de Armas (Iajuu).
        Às 13 hrs a van chegou para nos levar ao city tour, com visita a duas igrejas: Catedral de Cusco e o Convento de Santo Domingo. O passeio incluíu visita a três sítios arqueológicos: Saqsayhuamán,Tambomachay e Q´enqo. O transporte já havia sido contratado anteriormente a um custo aproximado de 70 nuevos soles por pessoa.
        Primeiramente visitamos o Convento de Santo Domingo, construído sobre o tempo inca de Qorikancha.





                                    

        Corredor que leva ao fundo, à possível localização do maior símbolo da religião inca, o Punchau, representação do Deus Sol.
        Descrito por alguns cronistas da época, teria a forma humana e estaria coberta de ouro.
       Durante muito tempo foi escondida pelos índios, mas encontrada pelos espanhóis, quando da captura do último imperador inca, Tupac Amaru I, em 1572, dela nunca mais se teve notícias.





        Alguns historiadores interpretam a figura a seguir como a representação de um altar inca ou a fachada de um templo; outros, acreditam que retratam a cosmovisão andina.






Altar inca. Antes da chegada dos espanhóis,
os orifícios que se vê ao redor,
 estavam cravejados de brilhantes e pedras preciosas

Fundos do Convento de Santo Domingo - Qorikancha,
onde se localiza o Museo Qorikancha em seu subterrâneo


        Em seguida, a Catedral de Cusco.
        Para ingresso à Catedral foi pago S./ 25,00 cada um; para ingresso ao Convento, S./ 10,00 por pessoa.
        Não é permitido tirar fotos ou filmar do interior da Catedral, mas os olhos registraram toda a pompa e a arte que ornamentam seu interior


        As ruínas da fortaleza de Saqsayhuamán (“falcão saciado”, em quéchua) a dois quilômetros de Cusco, ainda hoje é palco, todos os anos, no dia 24 de junho da celebração inca da Festa do Sol (Inthi Raymi).
        Apesar do nome, pesquisadores identificaram como a simbologia inca da cabeça de um puma em continuação ao restante do corpo, representado pelo formado de Cusco quando de sua criação.
















        Tambomachay, em quéchua, “lugar de descanso”, foi destinado ao culto da água. É conhecido como o Banho do Inca, pois era reservado para descanso do Imperador. Está localizado a três quilômetros de Cusco.






        Q´enqo, “labirinto”, em quéchua, foi importante lugar para cultos à fertilidade. Segundo arqueólogos e historiadores, pode também ter servido para sacrifícios; guardar a chicha (bebida consumida em rituais incas); embalsamar seus mortos. Há figuras que sugerem também ter sido usado como observatório astronômico. Está a quatro quilômetros de Cusco.







        Esses três sítios arqueológicos podem ser alcançados facilmente, através de uma rodovia pavimentada.
        Para ingresso à Catedral foi pago S./ 25,00 cada um; para ingresso ao Convento, S./ 10,00 por pessoa.
        Não é permitido tirar fotos ou filmar do interior da Catedral, mas os olhos registraram toda a pompa e a arte que ornamentam seu interior.
        Para visitarmos os sítios arqueológicos de Saqsayhuamán, Tambomachay e  Q’enqo, utillizamos o Boleto Turístico Completo.
        Enquanto visitávamos Tambomachay, encontramos outro casal de brasileiros, de São Paulo. O Nilson e a Lúcia. Ele, jipeiro e motociclista.


        No retorno, ficamos na Plaza para jantarmos um prato tradicional, o cuy (espécie de cobaia. Nós aqui do sul do Brasil conhecemos como “porquinho da índia”). Recomendação? Fica a critério de cada um. Esse é um dos pratos típicos do Perú, assim como o “mate de muña”, o “mate de coca”. Para eles, a expressão “mate” é sinônimo de chá. Se você pedir um chá em um restaurante ou café, eles irão trazer pra você um “Tea” (“chá-preto”).




17/04/2013 – Cusco (Museo Inka, Monumento  Pachacuteq, Centro Qosqo de Arte Nativo) -  (PE)


        Hoje ficamos na cidade de Cusco, aproveitando o Boleto turístico para conhecermos alguns lugares.
        Assim, começamos visitando o Museo Inka (pago à parte, no valor de dez nuevos soles), localizado a cem metros da Catedral de Cusco, em uma rua lateral. Não é permitido fotos em seu interior;


 





 o Museu Qorikancha, na extensão do pátio do Convento de Santo Domingo e,



Ao fundo, o Convento de Santo Domingo-Qorikancha.
Vista a partir do gramado sobre o Museo Qorikancha




o Monumento a Pachakutec, no final da Av. Del Sol.





   





Vista da Av Del Sol, a partir do alto do Monumento a Pachakutec

         Para o Museo Qorikancha e Monumento a Pachakutec, utilizamos o Boleto Completo.
        Enquanto fazíamos um lanche no McDonald’ s, conhecemos o Eduardo Scherer, organizador de viagens de moto (www.compassexpeditions.com), a quem agradecemos pelas dicas importantes, deixando aqui nosso grande abraço.
        Depois do almoço, voltamos ao hotel para organizarmos algumas coisas e nos prepararmos para, às 19 hrs, assistirmos a um show de dança típica (ingresso incluído no Boleto Turístico Completo), no Centro Qosqo de Arte Nativo, localizado a quatro quadras da Plaza de Armas, na Av Del Sol.







18/04/2013 – Cusco (Sítio Arqueológico de Moray e Salinas de Maras) -  (PE)


        Ontem à noite, entrei em contato com a VIVO através de email, informando que não estava conseguindo efetuar ligações do exterior, embora tivesse solicitado ainda no dia 12/03 (12 de março!!!). E informei o número do protocolo.
        Resposta automática: em três dias dariam retorno (três dias!!).
        -----
        Conforme havíamos contratado, saímos às 8:40 da manhã para mais um passeio: Chinchero, onde será construído, segundo o Guia, o novo aeroporto Internacional de Cusco e, de cujas imediações se tem uma vista maravilhosa dos nevados Chicon (à direita); ao centro, Pumahuanka (com 5.700m) e, à esquerda, Huakahuelka (em quéchua, “Lágrimas Sagradas”) ou Nevado Verônica e, atrás deste, fora de nosso campo de visão, MachuPicchu.
        Aqui, em Chinchero,  fizemos uma parada para um “mate de coca”, conhecermos um pouco sobre o modo de vida de seus habitantes e seu artesanato.









        Em seguida, passamos por Poroy e Povoado de Maras, sem pararmos.
        No trajeto até o Sítio Arqueológico de Moray, uma parada no alto da montanha, de onde se tem uma vista do Valle Sagrado, banhado pelo Rio Urubamba.
        À direita, o povoado de Pisac e à esquerda, Ollantaytambo. Os dois principais povoados do Valle Sagrado.

                    
   
        Seguimos para Moray (um gigantesco laboratório agrícola inca a céu aberto). Aqui,  conhecemos Noeln Teklan, de Ancorage, Alaska.
        Os quatro diferentes níveis no estratificado terreno, correspondiam aos quadros reinos do grande império inca, o Tahuantinsuyo e serviam para experiências e preparação de cultivares que, desenvolvidos nesse espaço, seriam transportados para seus lugares definitivos. Assim se desenvolviam vários tipos de milho, batatas e, principalmente frutas para abastecer as proximidades do império inca. Cada nível poderá ter uma diferença de temperatura de até cinco graus.



 
              












        Retornando da visita a Moray, passamos novamente pelo povoado de Maras. Desta vez para conhecermos suas salinas.
       Essas salinas, com cerca de 300 quilômetros de extensão, são propriedade dos habitantes do povoado desde a época incaica. A água que desce de pequenas nascentes da montanha é coletada em pequenos tanques que, depois de evaporada, deixa o sal à mostra. Esse sal (tipo médio), adequadamente preparado é vendido nos mercados de Cusco e região. Há várias pequenas lojas de artesanato, onde se encontra desde roupas típicas a cereais torrados. Mas o que chama a atenção são as estatuetas produzidas em sal.








        Povoado de Maras.




        Chegando às salinas.










                    









        Preço do transporte para o passeio: 50 dólares (com direito a um “box lanche”, contendo água mineral, um suco de manga, um pequeno pacote de bolachinhas doces e um sanduíche. Belo lanche) e para visitarmos as salinas em Maras, 7 nuevos soles.
        Resumindo: transporte, 50 dólares; ingresso para visitar Sítio Moray, S./ 10,00 e para Maras (salinas), S./ 7,00. Preços por indivíduo.
        Retornamos a Cusco às 14:30.


19/04/2013 – Cusco (PE)

        Pela manhã, um giro pela cidade, passando pelo Arco Santa Clara;


o  Mercado San Pedro, onde se encontra de tudo. De carne até artesanato, frutas, sopas, lanches, cereais, farinhas...

                


  

       

          

  

 

 

        Do outro lado, o Templo de San Pedro.


        Atravessamos a rua, para comprarmos no supermercado (água, bolachas, chocolate).
        Depois do almoço, retornamos ao hotel para arrumarmos nossas coisas para o passeio ao Valle Sagrado e para o dia 21, MachuPicchu.
        Amanhã deixaremos o hotel cedo, retornando somente no final do dia seguinte, 21.




20/04/2013 – Cusco (Valle Sagrado-Águas Callientes) -  (PE)

        Recebi hoje o retorno da VIVO, informando que o serviço de roaming internacional havia sido ativado. Ativado? Mas se eu havia solicitado isso ainda no dia 12 de março???
Não testei. Vou testar oportunamente.
        ------------
        Havíamos embalado nossas coisas no dia anterior e as deixamos no quarto do hotel.
        O pessoal do hotel as retirou do quarto, guardando-as até nosso retorno.
        Às 8:30 a van apareceu para nos levar ao Valle Sagrado.
        Dentre as comunidades que fazem parte do Valle Sagrado, destacam-se Pisaq (com seus mercados e sítio arqueológico), Ollantaytambo (sítio arqueológico) e Chinchero (artesanato e chicheria).
        Em toda extensão do Valle Sagrado, se vê casas protegidas pelos “toritos” (bonecos em forma de dois pequenos touros, ladeados por plantas), parte da tradição popular.




        O Valter foi o guia. Muito divertido e paciencioso, fazendo piadas, deixando o pessoal bem descontraído, sem, entretanto, descuidar-se de passar o máximo de informações, esmerando-se em seu trabalho.
        À medida que passávamos pelos pequenos povoados às margens da rodovia, o guia nos explicava que, as comunidades nativas, embora reconhecidas pelo Governo Peruano, que as dota de direito à voto e lhes presta assistência (saúde, escola) possuem leis próprias, nas quais os Governo não interfere. Nessas comunidades é eleito um representante entre seus pares, por um período de dois anos. Ele tem o poder de convocar uma reunião de toda a população para decidir sobre determinados temas.
        Assim, por exemplo, no caso de adultério, explicava ele. O homem ou a mulher são humilhados publicamente. São açoitados, cospem-lhes, pegam-lhes pelos cabelos. Os homens são enviados às partes mais altas (onde faz muito frio), como um desterro, onde lá deverá permanecer por um período de seis meses a um ano.
        Outro castigo é para o abigeato (furtos e gado, ovelhas, alpacas) que é muito mais severo.
       
Parada em um belvedere. Ao fundo, Pisaq
      
        Uma rápida parada em uma feira de artesanato em San Sebastián e seguimos para o Parque Arqueológico de Pisaq , refúgio de tumbas incas encravadas na montanha, e de extensos terraços para cultivo. Estes, segundo o Guia, foram utilizados até o ano de 2007.
        Quanto às tumbas, segundo essa mesma fonte, em sua maioria foram saqueadas. Das seiscentas existentes, aproximadamente quatrocentos foram atacadas. As duzentas restantes estão sob a proteção do governo que mantém vigias de forma permanente.



 


















         Lugar usado pelos mensageiros incas para descansar após longas caminhadas, podendo ficar aí à noite.


       




             

   




Pisaq, vista do alto da montanha

       Subida que conduz às tumbas incas, cujo acesso foi bloqueado para protegê-las de saqueadores.




       
        A seguir nos dirigimos ao povoado de Pisaq, para conhecermos seu centro comercial e de artesanato (roupas, pinturas, pequenas esculturas).
        Segundo o Guia, Pisaq é grande produtor de autêntica prataria, alcançando a mais alta pureza (950). Seu mercado de prata oferece grande e sofisticada variedade de artigos, atendendo desde os gostos (e bolsos) mais simples até os mais exigentes (e caros).
        Não é permitido tirar fotos e fazer filmagens de seu interior. Por ocasião da visita, assistimos a uma demonstração do trabalho do artesão.




   


                


        A van seguia: Calca, Yucay, até atingirmos Urubamba, onde almoçamos no restaurante Tunupa, às margens do Rio Urubamba.



        Nos fundos do jardim do restaurante, o Rio Urubamba.



Lhama
Alpaca

Vicunha

   

  

        Durante essa visita, fizemos mais um casal de amigos. Dessa vez, do México;  a Haydé e o Artêmio Martinez, com os quais dividimos o passeio ao Valle Sagrado, juntamente com o Marcelo e a Cíntia e mais seis pessoas.



        Depois, uma nova parada em Chanahuara, depois de Chinchero, para provarmos a chicha. Uma bebida com baixo teor alcoólico, elaborada a partir da fermentação dos grãos de milho. Primeiro, deixam os grãos de molho, em água. Assim que surgem os brotos, esmagam e fermentam.


O Guia, Valter, detalhando a elaboração da chicha
 


        Essa mesma chicheria também mantém criação de cuy.



        As casas que vendem a chicha são identificadas com um plástico vermelho, fixado na ponta de uma vara e exposto à frente da casa.


        Provada a chicha, partimos para visita ao Sítio Arqueológico de Ollantaytambo, antigo povoado inca. Sua localização estratégica revela importante planificação agrícola, sem se descuidar, no entanto, de seus fins religiosos e sobretudo, militar.




Antigos depósitos de cereais inca






 


Cidade de Ollantaytambo, vista dos terraços





 




Banho da Princesa inca


        Às 16:30 concluíamos a visita ao complexo arqueológico e a van nos deixava na praça central da cidade de Ollantaytambo.
        Ollantaytambo é a estação final para quem vai de veículo próprio. Não há estradas que possam nos conduzir até Águas Callientes.
        O trem somente saiu às 19 hrs. Era cedo e aproveitamos para umas fotos.






              Na estação ferroviária de Ollantaytambo, aguardando o embarque para Águas Callientes.








        Depois de 1h45min, chegávamos a Águas Callientes, onde o Darwin (que seria nosso guia no dia seguinte na visita a MachuPicchu) nos aguardava para nos encaminhar ao hotel Inka Town. Lugar onde ficaríamos, juntamente com Marcelo e Cíntia, de São Paulo.
        Novamente, um elogio à Agência MachuPicchu Brasil, pela precisão e atenção dispensada.
        Sobre o hotel Inka Town: excelentes acomodações e um bom café-da-manhã. O valor da diária está incluído em outro pacote. Difícil separar.



21/04/2013 – Cusco (Águas Callientes-MachuPicchu) - (PE)


        Sobre Águas Callientes, uma observação: Águas Callientes, em verdade é chamada de MachuPicchu.
        Aqui, todas essas montanhas fazem parte do complexo montanhoso MachuPicchu.
        Assim, MachuPicchu, a cidade (de Águas Callientes); MachuPicchu a Cidade Perdida dos Incas; MachuPicchu a Velha Montanha.
        Contudo, quando se menciona uma visita a MachuPicchu, é unânime o entendimento de que se trata da Cidade Perdida dos Incas.
        Águas Callientes, aos pés da Cidade Perdida e cortada pelo Rio Urubamba é pequena, mas dotada de boa infra-estrutura para receber turistas.






        Resolvemos tomar o ônibus para subirmos a MachuPicchu, bem cedo, e podermos apreciar o belo nascer do Sol  entre as montanhas.
        Há ônibus que levam e trazem passageiros a cada cinco minutos. Para essa visita, convém adquirir o bilhete com bastante antecedência. O governo peruano limita em 2.500 o número de pessoas que diariamente podem ter acesso à MachuPicchu.
        Acordamos às 4h15min.
        Às 5:45 estávamos tomando o ônibus a duas quadras do hotel, para subirmos até MachuPicchu.
        Enquanto o ônibus ia serpenteando por entre as montanhas, como se estivesse lutando por um espaço entre a floresta e os despenhadeiros, a emoção aumentava, antevendo tão famosa vista.
        Ficávamos deslumbrados diante da imponência daquelas montanhas tão assustadoras e ao mesmo tempo tão fascinantes. Como nos sentiríamos em meio àquelas construções? O tempo que ficaríamos em MachuPicchu seria suficiente para sentirmos a energia que diziam emanar daquelas paredes?
        O pensamento se perdia entre os solavancos da estrada e o perigoso verde dos precipícios, onde ao fundo, o Rio Urubamba (que também é Vilcamayo, que também é Vilcanota), corria célere.
        Meia hora depois, chegávamos à Velha Montanha. O dia já estava amanhecendo, mas o Sol somente surgiu em MachuPicchu às 06h40min.
















Mirador Templo del Sol




Templo del Condor

Intihuatana: Relógio do Sol, observatório solar.

        MachuPicchu (de pronúncia quéchua correta: Machu Pikchu),a 2400 m de altitude, tendo o fundo o Vale do Rio Urubamba, foi descoberta oficialmente em 24 de julho de 1911 pelo explorador norte-americano Hiram Bingham. MachuPicchu teria sido construída por volta do Século XV pelo imperador inca Pachacuted.
        Lembrando da guia que nos acompanhou durante o city tour no dia 16, a Era Inca se divide em antes e depois de Pachacuted.
        Pachacuted promoveu mudanças significativas (na arquitetura; unificando a língua falada em quéchua; entre tantas outras mudanças), que trouxeram períodos de prosperidade para seu povo.
        Conforme agendamento e pacote fechado, a partir das oito horas da manhã o Darwin nos serviu de guia, incansável e paciencioso, nos acompanhando pela Cidade Perdida dos Incas, durante duas horas. Após, tivemos o tempo livre até às 14h:45min para continuarmos a visitação. O trem que nos levaria de Águas Callientes para Pachar sairia às 15h20min.
        Uma breve caminhada por entre as majestosas construções de MachuPicchu e em seguida nos despedidos do Marcelo e da Cíntia, que se preparavam para subir  Waynapicchu (montanha que está atrás de MachuPicchu. Essa caminhada consome aproximadamente 1h45min para subir e 1h30min para descer e é uma subida bem íngreme e pela qual se deve agendar com bastante antecedência, pois o caminho está limitado a 400 pessoas por dia).

Nosso guia (Darwin) e nossos amigos, Marcelo e Cíntia.
        A seguir, descemos para carimbarmos nossos passaportes com a marca da visita e almoçarmos no restaurante do Hotel Sactuary Lodge, conforme pacote fechado anteriormente.
        Logo depois do almoço, retornamos a Águas Callientes à espera do trem que nos levaria até Pachar.





        Mas é importante que se diga que, para quem quer aproveitar a estada em MachuPicchu, é preciso mais tempo. É recomendável, então, ficar um dia a mais em Águas Callientes e voltar à Montanha no dia seguinte. Evidentemente, terá de pagar por mais um ingresso, pois cada ingresso é válido apenas para aquele dia marcado no bilhete. Mas vale a pena.
        Uma manhã e parte da tarde, servem apenas para conhecermos parte de sua história contada pelo guia que nos acompanha; tirarmos freneticamente fotos e fazermos filmagens, no afã de não deixarmos nada de fora, na falsa idéia de que conseguiremos registrar tudo que vemos, como se pudéssemos aprisionar nas máquinas imagens e sentimentos.
        O tempo para apreciarmos verdadeiramente, para contemplarmos demoradamente todo esse complexo e, sentirmos toda essa maravilha, deve ser maior.
        Conhecer MachuPicchu através de uma visita é importante, mas não basta. É preciso saber mais de sua história para tentar entender quem foram realmente os seus construtores. Foram humanos, vencendo a constante e incrível Força de Atração do Vazio, ou foram Deuses?
        Simone Waisbard, pesquisadora francesa, em sua obra MachuPicchu, Cidade Perdida dos Incas, descreve parte da história desse povo e parte dos mistérios dessa cidade. Vale a pena lê-la.
        Ela descreve em sua obra os momentos de admiração do explorador.
       “E as palavras lhe faltam para traduzir seu deslumbramento: ‘Casas, dezenas de edifícios..., templos, palácios incas! Jamais vi paredes tão finamente construídas, monólitos tão magnificamente talhados’, ele anotará apressadamente. Tal como uma fantasia, no dedo de ouro num raio de sol, a incomparável ‘Cidade Perdida’ escapa enfim da camuflagem de brumas e selvas que há quatrocentos anos impediam a aproximação. Renascendo do fundo das idades, uma cidade inteira surge, resplandecente...” (WAISBARD, Simone. Trad. Edson Bini. MachuPicchu Cidade Perdida do Incas, pg. 64.São Paulo, 1974.).
        Eu poderia fazer outras citações para provocar nas pessoas o desejo de ver e sentir MachuPicchu.
        Mas não é esse o objetivo desse relato. Esse relato serve tão somente para informar e despertar naqueles que queiram cruzar pelos mesmos caminhos que cruzamos, a vontade de também se aventurarem; de também conhecerem.
        Tenho consciência também, que devemos frear um pouco em nós mesmos, essa vontade irresistível de lá voltar, tendo agora como único objetivo associar cada canto à sua história e nos transportarmos mentalmente para aqueles tempos seculares para realmente vivenciar experiências.
        Retorno de minhas divagações para continuar a descrição desse diário.
        O trajeto de trem, no retorno, é feito até Poroy, próximo a Cusco, passando por Ollantaytambo. Entretanto, em razão de reparos na ferrovia, embora tenhamos passado por Ollantaytambo, a parada foi antes de Poroy; em Pachar.
        Pelas janelas do trem Vista Dome, a natureza se mostrava  por vezes exótica; por vezes misteriosa,



enquanto lá dentro, assistíamos a uma divertida demonstração de dança folclórica e um desfile com roupas de inverno. Os modelos e as modelos? Os próprios atendentes do vagão.




        Foi nessa oportunidade que conhecemos a Fernanda, de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia.
        Depois de Pachar, uma van da ferrovia nos levou até Cusco em uma viagem que durou cerca de 1h45min.
        Na estação em Cusco, nos esperava o Jean Carlos para nos levar de van até o Hotel.



22/04/2013 – Cusco (PE)

        Dia reservado ao descanso e uma caminhada pela Plaza de Armas. Comprar um novo mapa do Perú e arrumar as coisas para, no dia seguinte, seguirmos para Nasca.

À esquerda, Templo de La Compañia de Jesus;
 ao fundo, a torre da Iglesia Y Convento de La Merced


Plaza de Armas
 

  
Catedral de Cusco



PARTE II
DESTINO:
ATACAMA(CHILE)



23/04/2013 – Cusco-Chalhuanca(PE)


        Saímos do hotel às 6:05.
        Contratamos um táxi para nos levar até a saída de Cusco, o Posto Pecsa a um custo de 25 soles.
        Chegando lá, abastecemos a moto, lubrifiquei a corrente e carregamos.
        Saímos às 7 hrs em direção a Abancay.
        Partindo de Cusco, por uns dez quilômetros, a estrada corta pequenos vilarejos e há animais na pista.
       Mais uns 30 quilômetros de curvas, buracos e animais na pista. Essa região é de criação de gado.
       Depois, a estrada melhora um pouco, mas continuam as curvas e se inicia a subida e descida da Cordilheira.
        Até Abancay a sinalização indicativa de lugares é deficiente e em alguns trechos tivemos que rodar cerca de um e em alguns momentos, até dois quilômetros por terra. A pista, simplesmente foi arrancada.








        A partir de Abancay até Chalhuanca a estrada melhora um pouco. Há menos subidas e curvas em "U", mas os animais continuam a surpreender, aparecendo do nada.

        As paisagens continuam surpreendentes.






 

        Em Chalhuanca, paramos no Samai Wasi Hotel. Está ao lado direito do rio Mariño, no sentido Abancay-Chalhuanca.

        Essa lhama não é uma estátua...


 

        É real e está trabalhando... Aparando a grama...



        Preço do pernoite: S./ 80,00 sem café-da-manhã, que é servido e cobrado à parte.
        Boas acomodações. O hotel dispõe de pequeno estacionamento, sem cobertura, mas com piso em basalto, onde a moto ficou bem instalada.
        Há restaurante no próprio hotel, onde servem jantar a la carte, com preço acessível.
        Até aqui, fizemos 5.952 quilômetros.



24/04/2013 – Chalhuanca-Nasca(PE)


        Hoje, meu celular ainda não estava operando em roaming. Pensei: talvez eu tenha sonhado que o serviço estaria disponível... Na dúvida, enviei outra mensagem para a VIVO.
        ---------
        Saindo de Chalhuanca, por dez quilômetros, encontramos pequenas retas.
        Depois disso, inicia-se a subida e a descida (novamente) da Cordilheira.



        Coloração natural das rochas.



        Subimos até Izcahuaca, no alto da Cordilheira. A partir daí, encontramos grandes retas até aproximadamente 40 quilômetros antes de Puquio, quando começamos a descida, com muitas curvas.







        
Região de Abras Huashuaccasa, a 4.300 m.s.n.m.
     
        

Onde está a faixa de segurança??




        Aproximadamente a 25 quilômetros antes de chegarmos a Puquio, encontramos um motociclista sendo atendido pelos habitantes, em frente a um pequeno restaurante às margens da rodovia.
        Tratava-se de um argentino de Buenos Aires, que viajava com mais quatro amigos os quais haviam se distanciado e não viram o acidente. Possivelmente não venceu a curva e acabou se acidentando a 4.500 m de altitude.
        Paramos na tentativa de ajudar, mas nada podíamos fazer.
        Foi parado um ônibus por nossa sugestão, na esperança que tivessem um tubo de oxigênio, mas não tinham.
        As pessoas que estavam com ele já haviam acionado o socorro, mas como as distâncias são grandes, estava demorando.
        Avisamos que tentaríamos buscar socorro mais adiante. Mas o que encontramos foi o telefone de emergência ao longo da rodovia.
       Como já haviam se passado alguns minutos e o ferido estava com muita dificuldade de respirar, os que estavam aguardando o socorro puseram o ferido sobre uma camionete e se dirigiram a Puquio.
       Enquanto tentávamos contato com o socorro através de um dos telefones de emergência, eles passaram por nós, avisando que já estavam levando o ferido.
       Seguindo viagem a Puquio, encontramos dois dos motociclistas que faziam parte do grupo e os avisamos do acidente. Não conseguimos saber qual o estado de saúde do motociclista acidentado. Tentamos descobrir, mas as informações foram evasivas.
       Continuamos a viagem, sabendo que agora ele estava sendo assistido, inclusive pelos seus amigos. E rezamos para ele se recuperasse e ficasse bem. Ainda estamos com aquelas imagens em nossas mentes e ainda estamos querendo saber como tudo ficou.
       Até Puquio, rodamos 6.145 quilômetros.
       Depois de Puquio, onde almoçamos (por obrigação) na saída da cidade, continuaram os despenhadeiros, as curvas fechadas, as montanhas e, o deserto.








        Chegando a Nasca, nos deparamos, com um trânsito muito intenso e confuso. 
        Novamente, contratamos um taxista para nos levar até um hotel.
        Ficamos no Hotel Oro Viejo,
        Através desse hotel contratamos o vôo sobre as linhas de Nasca para o dia seguinte, pagando cem dólares por pessoa, incluído o transfer. Somente aceitam pagamento em dólares.
        Acomodadas as coisas no hotel, saímos para jantar.
        A moto ficou com segurança, na garagem coberta, sob piso de lajotas, do próprio hotel.
       Preço do pernoite: S./ 170,00 com café-da-manhã.
       Boas acomodações e bom café-da-manhã.
       Em Nasca, completamos 6.305 quilômetros rodados.



25/04/2013 – Nasca (Linhas de Nasca) - (PE)

       
         Novela do telefone: recebi retorno da VIVO. Desta vez, ativaram o serviço de roaming internacional. Já aparece no visor o nome das operadoras MOVISTAR e VIVO, se alternando e consigo fazer e receber ligações; enviar e e receber “torpedos”. Antes, aparecia o sinal forte, mas no lugar do nome da operadora aparecia a expressão EMERGÊNCIA e eu sequer conseguia enviar ou receber SMS.
        --------

        Eram nove horas da manhã quando a van nos apanhou no hotel e nos levou até o aeroporto.
        No saguão do aeroporto, enquanto assistíamos a um documentário sobre essas linhas, aguardamos cerca de uma hora até sermos chamados. Controle rígido (detector de metais, passaporte, pagamento do ingresso, no valor de S./ 25,00 por pessoa).
        Fomos privilegiados. Só nós dois, piloto e co-piloto em um monomotor.
        Diversos desenhos simples compõem esse gigantesco quadro ao ar livre, que somente pode ser visto do alto. Entre esses desenhos, podemos visualizar um macaco, uma aranha, o beija-flor, o astronauta... Para aqueles que defendem a idéia de que tais linhas tinham o objetivo de orientar o pouso de extraterrestres, a figura do astronauta e as demais linhas formando retas que se perdem na planície é uma evidência incontestável.



O astronauta

O beija-flor

        Abaixo, parte da rodovia em meio ao deserto de Nasca que conduz à Lima (ao Norte) ou a Arequipa (ao Sul).


A aranha, no canto inferior direito


O papagaio


        Outra vista do deserto de Nasca.

 
        Historiadores divergem quanto ao real significado desses desenhos tão bem feitos sobre as planícies de Nasca. A teoria dominante é de que foram construídos com fins religiosos direcionados à existência de água. Entretanto, ainda se questiona qual a forma como foram construídas, considerando que alguns desenhos possuem espantosa simetria com outros feitos a mais de 18 quilômetros de distância.
        Os sulcos podem alcançar até 20 cm de profundidade. Cavados com admirável precisão, sua data de construção, atribuída à civilização Nasca (já extinta), pode estar entre 400 e 650 d.C.
        As linhas cobrem um território de cerca de 500 km², entre Nasca e Pampa, ao sul de Lima.
        A razão de sua conservação é o clima extremamente seco da região.
       Para quem pretende sobrevoar essas linhas, recomenda-se dispensar qualquer alimentação nas três horas que antecederem o vôo. Se o vôo for pela manhã, NÃO TOME O CAFÉ-DA-MANHÃ! A chance de ter enjôo é grande.
       Tiramos fotos e filmamos por alguns momentos, em um vôo que durou trinta minutos. Mas o balanço do avião, ora pendendo para um lado, ora para outro, em manobras do piloto na tentativa de oferecer sempre o melhor ângulo, acabaram me causando enjôo.
       Demorei o dia todo e parte da noite para me recuperar. E as fotos e filmagens deixaram a desejar.



26/04/2013 – Nasca – Camaná(PE)

        Acordamos às 5:30.
        Tomamos o café e seguimos para Camaná.
        Atravessamos o deserto de Nasca, deslizando por longas retas e curvas intermináveis.  De um lado, o deserto; de outro, o precipício, onde, ao fundo as vagas do Oceano Pacífico arrebentavam contra os rochedos. Uma visão de estonteante beleza e ao mesmo tempo perigosa.








        Almoçamos, por obrigação, no povoado de Ocoña à beira da rodovia.
        Pernoitamos em Camaná, Hotel de Turistas (três estrelas), na seqüência da av que corta a cidade, onde a moto ficou na garagem do hotel, sob piso de terra, ao ar livre, mas com guarda.
        Anexo ao hotel, um bom restaurante.
        Até aqui, rodamos 6.640 quilômetros.


Uma merecida Arequipeña
na varanda do Hotel de Turistas
em Camaná, Perú



27/04 – Camaná(PE)-Arica(CH)


        A rodovia continuava margeando Pacífico e nos presenteando com belas e perigosas paisagens.




        Não há asfalto entre Camaná e Mollendo, pelo litoral. Por isso, afastamo-nos do litoral por um momento, seguindo para El Alto, depois, Repartición, Matarani e, finalmente, Mollendo.
        Retornando à Panamericana Sur, voltamos a sentir o cheiro de mar ao tomarmos a direção de Mollendo, Mejia e depois, Porto de Illo, pela costanera.
        Esse trecho de Mollendo a Illo está asfaltado, mas a estrada não está em boas condições. Mesmo assim, é preferível esse trajeto à ir por Moquegua, disse-me um frentista.
        Depois de Illo, passando por sua fundição,seguimos pelo litoral até Tacna.



       Todo o trecho Camaná-Tacna é de curvas, subidas e descidas, apesar de estarmos no litoral.
        Passando ao largo de Tacna, mais 35 quilômetros está a fronteira com o Chile.
        É em Concordia, divida do Perú com o Chile, que está a Aduana peruana.
       Para os trâmites de saída, foi necessário preenchermos um formulário relativo ao número e à identificação de passageiros que o veículo transporta. Esse formulário não é encontrado na aduana e também não há ninguém vendendo. Falei com o funcionário da guarita e ele gentilmente se comprometeu em interpelar alguém que estivesse passando para saber se possuía esse formulário e se pudesse cedê-la pra nós. Logo passou um motorista que se prontificou a fornecer esse formulário (duas vias cada), juntamente com outro relativo à saída do próprio veículo do Perú, por cinco nuevos soles. Preenchidos os formulários e entregues à Aduana, fomos logo liberados.
        Anda-se mais uns quinhentos metros e chega-se à aduana chilena, já em Arica.
        A aduana chilena é mais exigente. Tivemos que passar no raio X toda a bagagem.
     Felizmente, encontramos o Ivan, funcionário da aduana chilena, que nos assessorou durante todo o trâmite (formulário para o veículo, formulário de ingresso, apresentação de passaporte, carimbo no formulário preenchido na saída do Perú). Burocracia que nos tomou mais de uma hora e meia. Não fosse por ele, certamente demoraríamos muito mais para atender a todos os trâmites. Assim mesmo, já estava escuro quando fomos liberados e seguimos para a cidade de Arica. Deixamos aqui novamente nossos agradecimentos pela sua solicitude e atenção, registrando nosso abraço.
        Depois de muito circular, paramos em um posto de abastecimento. O frentista nos indicou um hotel ao lado do cassino, a uns duzentos metros de onde estávamos.
        Ficamos no Hotel El Paso, ao lado do cassino. Quem nos atendeu no restaurante do próprio hotel foi o Rigoberto que aceitou trocar nossos 300 soles restantes, por pesos chilenos. Foi muito gentil de sua parte e muito atencioso e prestativo como garçon. A ele, nosso abraço.
        Preço do pernoite: 109 dólares, com o café e com direito a um vale-drink (pisco sour).
        Na janta, gastamos 23 mil pesos chilenos.
        Até Arica, percorremos 7.263 quilômetros.


28/04/2013 – Arica-Iquique(CH)

        No trecho da Ruta 5 entre Arica e Iquique há poucas curvas.
        Mesmo assim, a viagem não rendeu muito por conta de inúmeros reparos na rodovia. Fizemos apenas 302 quilômetros.
       Trezentos e dois quilômetros sem posto de abastecimento! Tivemos que recorrer à reserva.






        Ao chegarmos em Iquique, abastecemos a moto e colocamos mais nove litros nos galões.
        Pela planilha, era para seguirmos pela Ruta 5, passando por Pozo Almonte. Mas como estava pensando em Iquique, acabei tomando à direita, a Ruta 16, seguindo depois pela Ruta 1(costanera) até Iquique. O que, pelas informações de um motorista de caminhão em Iquique, se confirmou ter sido melhor. Segundo ele, a estrada a partir de Pozo Almonte (Ruta 5) não está em boas condições.
        Em Iquique ficamos no Ravina Hotel, com direito a um vale-drink,(mais um pisco) que usamos antes do jantar maravilhoso no restaurante do mesmo hotel.
        Imagens de Iquique.

 




        Pedimos que nos preparassem um lanche para levarmos no dia seguinte, às cinco e meia da manhã. No que fomos atendidos (dois pequenos sanduíches, dois pedaços de bolo, um iogurte e uma laranja de umbigo cada um. Um bom lanche.).
        Preço do pernoite: US$ 130,00 com café-da-manhã.
       Excelentes acomodações. E o café, foi o lanche que pedimos para preparar, mas certamente, se tivéssemos saído mais tarde, aproveitaríamos o excelente desayuno do hotel.
        Hoje, atingimos 7.565km de estrada.


29/04/2013 – Iquique-San Pedro de Atacama(CH)

       Saímos antes do amanhecer do hotel (às 5:35.).
       Na saída de Iquique, abastecemos em um Posto às margens da rodovia (costanera), aproveitando para fazermos nosso café-da-manhã.
       A estrada que margeia o Pacífico, a Ruta 1, está em ótimas condições (várias retas; poucas curvas contornando os penhascos).
       Aqui a paisagem repete o trajeto Nasca-Camaná, no Perú, Apenas o deserto muda de nome.
       De um lado, tem-se a vista do deserto de Atacama; de outro, o Pacífico.
        Até Tocopilla (245 quilômetros de Iquique, SEM POSTOS DE ABASTECIMENTO), a estrada está em excelentes condições.







        Partindo de Tocopilla, pela Ruta 24, por uns dez quilômetros, se inicia uma subida cheia de curvas. Depois, as curvas diminuem, dando lugar, novamente, a algumas retas. Nesse trecho, a rodovia já não está como antes, mas continua boa até Calama.





Passando por Chuquicamata, onde está a maior mina de cobre à céu aberto do Mundo

        Entramos em Calama, por engano. Não havia necessidade, mas por falta de sinalização adequada, onde indicasse San Pedro de Atacama, acabamos entrando. Paramos em vários lugares, na rua, perguntando. Até pararmos em um Posto da Petrobras de onde pudemos visualizar a placa indicativa para San Pedro.
        Logo tivemos contato com o deserto e a excelente Ruta 23.







        O Deserto de Atacama, situado a uma altitude média de 2.450 acima do nível do mar, possui o clima mais árido do Planeta. Apesar dessa característica, nesse último verão, a cidade de San Pedro de Atacama foi palco de chuvas que há muito não se via, resultando em um quadro de país tropical, com detritos se espalhando por suas ruas.
        Retas intermináveis, areia, rochas, paisagens quase surrealistas,







como a passagem pelo Valle de La Muerte,








antes de chegarmos às 15 hrs em San Pedro de Atacama.




        Ao entrarmos em San Pedro ficamos confusos, não somente por suas vielas de mão única ou de trânsito impedido para veículos, mas por não haver indicação visível de hotéis ou, hostals. As casas são baixas, as placas que indicam hostals são pouco visíveis (acima das portas).
        Continuamos de moto, a esmo, à procura de um lugar para ficarmos. Um casal que estava hospedado nas proximidades, nos alertou para a possibilidade de não encontrarmos facilmente um lugar que também mantivesse uma garagem.
        A Cleci ficou esperando, encostada em um muro a duas quadras da praça principal, onde fui tentar obter informações. O Sol estava forte; o dia estava quente, mas o vento estava frio. Isso ajudava a amenizar o calor.
        Fui até o escritório da Secretaria de Turismo. O rapaz forneceu um croqui-mapa da cidade e uma lista extensa de hotéis e hospedagens. O escritório de turismo não contata com os estabelecimentos para saber das vagas existentes.
        Precisávamos de um lugar que pudesse também acomodar a moto com segurança. Felizmente encontramos um hostal, onde acabamos ficando (Hostal Sumaj Jallpa).
        Local tranqüilo a cinco quadras do centro da cidade em um ambiente familiar mantido por seus proprietários, Marcelo e Rossana. A eles, nosso abraço.
        Preço do pernoite, $ 40.000 (pesos chilenos).
        Boas acomodações; simples, mas bem cuidado e muito limpo. A moto ficou acomodada sobre o piso da garagem em frente ao quarto (sonho de todo motociclista de viagem).
        Quarto para casal, com banheiro individual. Aqui também o café-da-manhã é servido e cobrado à parte.
        Em frente ao hostal, dois pequenos armazéns, onde se encontra o que se necessita para um lanche ou um bom café. Aparentemente, lugares que não inspiram confiança, mas são limpos.
        Contratamos com a proprietária do hostal os passeios para amanhã e os dois dias seguintes.
        Pegamos um táxi que por 3 mil pesos nos levou até o centro, onde jantamos bem no restaurante Tierra (a Cleci continuava com dor no tornozelo). Depois da janta, pedimos a moça do restaurante para ligar para o taxista, que nos levou de volta ao Hostal Sumaj Jallpa (mais 3 mil pesos).
        San Pedro de Atacama lembra filmes do velho oeste norte-americano. Casas de adobe, muita poeira e pouco conforto. A água é um bem muito bem cuidado. Tanto que no hostal há um lembrete junto ao Box do banheiro: “Seja breve no banho. Não desperdice a água. Lembre-se, você está em um deserto”.
        Mas o que atrai a atenção e a curiosidade das pessoas, assim como a nós, talvez seja mesmo esse ambiente diferente, meio agreste, meio rude, assentado sobre seu traçado arquitetônico bem original.




Plaza de San Pedro

Iglesia de San Pedro de Atacama, de 1751





        Lugar que desperta em tantos o desejo de estar lá, conhecer, sentir e principalmente, fazer parte, mesmo que por pouco tempo, desse mundo que tanto contrasta com nosso “moderno” cotidiano.
        Talvez por isso, esperar que San Pedro ofereça as comodidades e facilidades das grandes metrópoles é não sentir toda a magia que de lá emana. Magia essa que deve ser sentida sem pressa, desprovida de espírito crítico e desfrutada com atenção em cada esquina, em cada canto, para darmos o real valor.
        San Pedro de Atacama está a 2.435 m de altitude e a 8.080 quilômetros de casa.



30/04/2013 – San Pedro de Atacama (Geysers Del Tatio) - (CH)

        A van chegou cedo (4 horas da manhã) para nos levar aos Geysers de El Tatio a 90 km de San Pedro, no Campo Geotérmico El Tatio e a mais de 4 mil metros de altitude, por estradas que se alternam entre asfalto mal cuidado e péssima estrada de terra. O motorista, Carlos, conduziu com cuidado. E o guia, Patrício, foi exemplar, detalhando aspectos da paisagem, da fauna e da flora por onde passávamos.
        Nessa ocasião, conhecemos o Alex e a Roberta, de Porto Alegre, deixando aqui nosso abraço também.
       Ao chegarmos, ainda estava amanhecendo. Desembarcamos da van na entrada do Parque para irmos ao banheiro. O guia avisou que a temperatura estava em 10 graus negativos e a altitude, 4.500 metros. Isso ele já havia alertado, inclusive sobre os sintomas na altitude.
        Preço do ingresso: $ 5.000 (pesos chilenos) por pessoa e pode-se ir de moto até lá. Entretanto, como a madrugada é extremamente fria, talvez não seja aconselhável.











       
         Para quem quer tomar um banho na piscina de águas termais ao ar livre, basta trocar a roupa em um dos vestiários.



        Às seis horas da manhã, foi servido um providencial e reforçado café-da-manhã (incluído no pacote...).


        Retornando pela estrada de terra, agora que o Sol havia surgido, podia-se avistar as formas do relevo, o colorido da flora e da fauna. Com sorte, conseguimos registras algumas imagens, como do zorro culpeo (raposa) e da vizcacha (espécie de coelho silvestre).

Zorro culpeo
Vizcacha
        Na continuação do passeio, um tempo para admirar algumas espécies de aves, dividindo espaço com vicunhas na pequena lagoa de Vado Putana.







        Mais adiante, uma parada no povoado de Machuca. Se a visão de San Pedro de Atacama, com suas casas de adobe e ruas empoiradas, com sua igreja, lembra uma cidade do Far West, o quê dizer de Machuca?
        É só verem as fotos...
 







        Mais algumas paradas para fotos (lagoa dos flamingos, a curiosa visão do vulcão Licancabur, lhamas).






Vulcão Licancabur



        Finalmente a chegada a San Pedro, onde nos deixaram a uma quadra da praça central. Fomos almoçar no Tierra.



        Em seguida, tomamos um táxi e retornamos ao hostal, onde descansamos o resto da tarde.
        À noite, fizemos um lanche no quarto e fomos dormir.
        Preço do passeio aos geysers: $ 20.000 (pesos chilenos), mais o ingresso ($ 5.000). Visita guiada; preços individuais.
       Amanhã, somente eu irei ao Valle de La Luna e ao Vale de La Muerte. Haverá caminhada; o que não convém à Cleci.


01/05/2013 – San Pedro de Atacama (Valle de La Muerte y Valle de La Luna) - (CH)

        Depois de um desayuno improvisado, no hostal, saímos.
        Saímos antes das dez da manhã em um passeio a pé por San Pedro.
       Ao retornarmos ao hostal, peguei a moto e fui abastecê-la. Chegando do hostal, lubrifiquei a corrente e tornei a guardar a moto na garagem em frente ao quarto.
        Às 15 hrs, a van chegou para me levar ao Valle de La Luna e ao Valle de La Muerte. Estava marcado no folheto para as 16 horas. O guia justificou a antecipação por conta do retorno do horário normal no Chile (16hrs é no horário de verão).
        Valle de La Muerte e Valle de La Luna praticamente se confundem. Ambos situados na Cordilheira de Sal ao norte do Chile, na região de Atacama possuem dunas e formações rochosas.









        Conheci um jovem casal de franceses em viagem pelo Chile, Argentina e Brasil. Eles viajam de ônibus ou de carona (Richard e Izabela).
        Durante a caminhada, conheci outro casal jovem de brasileiros, o Gustavo e a Carolina. A todos, também nosso abraço.
        A visitação tem horário: abre às 9 da manhã e fecha às 17:30. E pode-se ir com veículo próprio ou mesmo de bicicleta até os Vales. A estrada é boa, embora de terra.
        Não há horário para voltar. Não há cancela.
       Paisagens belíssimas, instigantes, que merecem a denominação pela semelhança com a superfície lunar, árida e ao mesmo tempo, cheia de tons.
       Cristais de sal colorem as rochas como se fossem imensas aquarelas.






        O passeio finda com uma vista maravilhosa do pôr-do-Sol, sobre a Duna Mayor, podendo-se ainda, ter uma visão da Cordilheira dos Andes ao longe.







        No retorno a San Pedro o motorista da van deixou a todos a duas quadras da praça central. Não havia iluminação nos postes; somente nas casas de comércio e restaurantes. Utilizei a lanterninha que havia levado desde Erechim e fui andando a pé, até o hostal. Já, a uns trezentos metros do hostal, havia luz na rua.
       Como não havia sinal de internet no quarto, assim como nos outros dias, depois da janta apenas baixei as fotos e filmagens e fomos dormir.
       Custo do passeio (transporte e guia): $ 9.000 (pesos chilenos) por pessoa.
       Preço do ingresso: $ 2.000 pesos chilenos.


 
02/05 – San Pedro de Atacama (Lagunas Secas) - (CH)

        Hoje pela manhã, ficamos no hotel para arrumarmos as coisas para a viagem de amanhã em retorno para casa.
        Saímos às 10:30 para uma caminhada por San Pedro, tomarmos um suco na praça principal e depois, almoçarmos.

Vista do vulcão Licancabur a partir de San Pedro de Atacama




        Vistas da Plaza de San Pedro






 
        Na volta do almoço nos preparamos para visitarmos a Laguna Cejar. O tempo de espera pela van, foi o tempo de fazermos mais amigos, o Naonobu e a Keiko, do Japão.



               O passeio inclui a Laguna Cejar, onde a água é tão salgada que se pode boiar sem equipamentos; a Laguna Ojos Del Salar e para finalizar, a Laguna Tebinquiche onde teríamos um pequeno lanche, acompanhado de pisco sour.
          Essas lagunas pertencem à Região denominada de Lagunas Secas, próximas à Reserva Nacional Los Flamencos e estão localizadas sobre o Salar de Atacama. 
            A primeira parada foi na Laguna Cejar. Boiar, sem fazer qualquer esforço, sobre aquela água tão salgada, foi uma experiência interessante.
                A água estava fria, mas aproveitamos, embora não ficamos muito tempo nela.







        Algumas fotos e retornamos para a van, que nos levou até Ojos Del Salar: dois poços perfeitamente redondos e, evidentemente, de água salgada.





          Em seguida, nos dirigimos à Laguna Tebinquiche, para apreciarmos o maravilhoso pôr-do-Sol e degustarmos um breve lanche, regado a pisco sour (bebida típica, tipo aguardente, com limão. Nós aqui do Sul do Brasil podemos pensar que se trata de “caipirinha” chilena).
        Nesse grupo conhecemos o Nicola e a Cláudia. Foi com a câmera do Nicolas que tiramos uma foto de todos que estavam visitando a região das Lagunas Secas.









        O vento que soprava estava fraco, mas ajudou a secar um pouco as roupas. Por sugestão do guia, todos os que estavam na van colocaram uma toalha sobre o assento do ônibus.
        Já no hostal, minha bermuda secou um pouco mais, deixando aparecer todo o branco do sal. Ficou como se estivesse engomada. Em casa, bastou lavá-la para voltar ao normal.
        No retorno ao hotel, jantamos parte do sanduíche que havíamos levado quando fomos almoçar. Arrumamos as coisas na moto e fomos descansar. O retorno havia sido cansativo, porque distante de San Pedro, mas valeu cada minuto.
       Preço do passeio: $ 15.000 (pesos chilenos) por pessoa, mais o ingresso no valor de $ 2.000 (pesos chilenos).




PARTE III
RETORNO PARA CASA
DICAS
CURIOSIDADES




03/05/2013 – San Pedro de Atacama(CH)-Purmamarca(AR)


        Acordamos às seis e cinco.
        A aduana chilena só abriria às sete e meia.
       A informação não procedeu, pois a aduana abriu às oito horas. Os trâmites foram rápidos e logo pudemos empreender a viagem em direção a Paso Jama.





        Lembrem que, para sair do Chile (de San Pedro em direção a Paso Jama, divisa com a Argentina), é necessário efetuar os trâmites na aduana de San Pedro de Atacama!
        A aduana chilena atende das 08 às 20hrs para saída do Chile; para entrada no Chile, o horário é das 08 às 23 hrs.
        Paisagens lindas até Paso Jama.
        Estava uma manhã muito fria (6ºC), embora tivesse Sol.
         A partir de San Pedro (2.435 m.s.n.m), por aproximadamente cinqüenta quilômetros, a rodovia é praticamente plana. Depois, se inicia uma subida até atingir 4.760 m de altitude.








        Em seguida, enfrentamos um trecho de muitas curvas.
       A aproximadamente cem quilômetros adiante de San Pedro, nos deparamos com um pouco de gelo na pista, obrigando-nos a rodar com extremo cuidado. A camada não era visível, mas sentia-se a instabilidade, principalmente nas curvas.

Uma trégua nas curvas e uma parada para fotos



       
        Impossível seguir viagem sem registrar as cores. Imagens descritivelmente belas, como da Laguna de Los Flamingos.
        Assim como na Cordilheira de Sal, no Valle de La Luna, aqui também vemos verdadeiras aquarelas a céu aberto.
        Muitas dessas pequenas lagoas desaparecem quando a água evapora, deixando o branco do sal em seu lugar.



 
        Retas e curvas foram uma constante até chegarmos a Paso Jama, a 4.394m, onde fizemos a migração.













        A cerca de 200 metros da aduana há um Posto YPF com lancheria.
        Fizemos um lanche demorado, por conta de conversas que tivemos com brasileiros que viajavam de carro (Gustavo e Vera Engel, Rosa e Luiz Salles). Pessoal alegre e aventureiro com quem a gente fez amizade com facilidade, como se já nos conhecêssemos há muito tempo. A eles nosso grande abraço, esperando encontrá-los novamente por essas carreteras da vida. Gostaríamos de colocar uma foto deles nesse blog, mas infelizmente, as fotos tiradas ficaram na máquina deles. Se ainda tiverem as fotos, por favor enviem para: contato@horizontesemfim.com.br e publicaremos, além de guardá-las com carinho.
       Também aí, (infelizmente sem foto) conhecemos o Martin, de Mar Del Plata, um argentino que viajava de moto a San Pedro, a quem também deixamos nosso abraço.


        




   
        Uma passagem pelas Salinas Grandes, entre Paso Jama e Susques, divisa das províncias de Jujuy e Salta, no noroeste argentino, com extensão de cerca de 212 km² a uma altitude de 3.450 metros. A extração de sal ocorre no inverno, quando as chuvas praticamente cessam.







          
        Chama a atenção a construção toda feita com blocos de sal bruto, assim como seus móveis. Entretanto, não é permitido o uso desses bancos. Servem apenas como objeto de decoração.
        Pedras de sal também são a matéria-prima para a confecção de diversas peças de artesanato, vendidos aí mesmo aos visitantes.










        Depois de uma parada em Susques, para abastecermos, seguimos para Purmamarca.
        LEMBRETE 1: Para abastecer em Susques, convém fazê-lo no Posto de Serviço anexo ao Restaurante Turístico, localizado a cinco quilômetros antes do povoado, para quem vem de San Pedro.
        O dia já estava findando quando nos aproximamos de Purmamarca, tendo uma vista belíssima das montanhas multicoloridas que dão acesso às Quebradas de Humahuaca.
Lugar que, somente agora começa a ser conhecido, as Quebradas de Humahuaca, leva a pequenos povoados incaicos e desperta o turismo de aventura em um roteiro de 10.000 anos; muitos deles ainda a serem descobertos.


Entre Susques e Purmamarca

        Chegando a Purmamarca.







          Em Purmamarca pernoitamos no Hotel Spa Casa de Adobe. Apesar do nome é um excelente hotel. Anexo há um restaurante.

        A moto ficou em frente à portaria, sob a marquise do hotel.
        LEMBRETE 2: Purmamarca, apesar de ser uma pequena cidade turística, que dá acesso às Quebradas de Humahuaca, NÃO POSSUI POSTO DE ABASTECIMENTO.
        Tive que utilizar os tanques de reserva.
        Considerando que se Purmamarca a San Salvador de Jujuy ainda teremos sessenta quilômetros, posso dizer que de Susques a San Salvador de Jujuy, são 210 km sem qualquer posto de abastecimento!
        Sobre o hotel: excelentes acomodações.            
        Preço do Hotel: $ 500,00 (pesos argentinos), com um bom café-da-manhã.
        Distância percorrida de San Pedro até Purmamarca: 390 quilômetros.
        Total percorrido até Purmamarca: 8.462 quilômetros.


04/05/2013 – Purmamarca - Joaquin V Gonzales (AR)

        Aproveitamos o café, servido à partir das 7:30 e saímos para San Salvador de Jujuy, onde pretendíamos abastecer a moto, os galões e trocar o óleo da moto.
        A paisagem continua bela e a estrada está bem conservada. Pegamos muitas curvas, descendo de pouco mais de 2.200 m.s.n.m para pouco mais de 1.200 metros até San Salvador.        
       Quando paramos em um YPF, em San Salvador, o Pablo, que é motociclista, veio ao nosso encontro. Como eu lhe disse que precisava trocar o óleo da moto, se prontificou a nos mostrar onde ficava a oficina de sua confiança.
        Nós o seguimos em sua Harley Super Glide até a oficina (taller) JUJUY MOTOS, onde fomos muito bem atendidos. O Pablo também se prontificou a trocar uns dólares por pesos argentinos. O que, para nós, foi muito providencial. A ele, registramos nosso abraço e nossos agradecimentos.


        Horario de atendimento da oficina:
        Segunda-feira a sexta-feira: das 08h30 às 12h30min e das 16h às 20h;
        Sábados: das 08h30min às 13h.
       Chegamos em Jujuy por volta das 10:30 e saímos 12:10. O proprietário da oficina, se propôs, gentilmente a nos acompanhar até a saída para Salta.
       Mas não ficamos em Salta, passamos ao largo, na direção de Güelmes.
       A partir de San Salvador as curvas diminuem consideravelmente, atingindo a altitude de 695 metros em General Guemes. Afinal, já estávamos praticamente na região do Chaco Argentino, formado por extensas planícies, a uma altitude média de pouco mais de trezentos metros.
      Depois, em Schneiderwind (antes de Metán), tomamos à esquerda para Joaquin V Gonzales.
      De Jujuy a Joaquin V Gonzales, são 255 quilômetros de boas estradas.
      No total, hoje, rodamos apenas 320 quilômetros.
     Ficamos hospedados em Joaquin V Gonzales no Hostal El Portal, às margens da rodovia. O lugar é simples, mas tem WiFi, ar condicionado. A moto ficou sob a marquise lateral do hostal.
     Há um posto YPF a cem metros do hostal, onde abastecemos a moto e lubrifiquei a corrente.





        No total, hoje, rodamos apenas 320 quilômetros.
       Ficamos hospedados em Joaquin V Gonzales no Hostal El Portal, às margens da rodovia. O lugar é simples, mas tem WiFi, ar condicionado. A moto ficou sob a marquise lateral do hostal.
       Há um posto YPF a cem metros do hostal, onde abastecemos a moto e lubrifiquei a corrente.
       Jantamos no restaurante anexo à loja de conveniência desse Posto YPF, onde fomos muito bem atendidos.
       Preço do pernoite: $ 250,00 (pesos argentinos).
      Boas acomodações. Não esperamos para saber como é o café-da-manhã. Saímos bem cedo.



05/05/2013 – Joaquin V.Gonzales-San Cosme(AR)

        Saímos cedo de Joaquin V Gonzales. O Sol ainda não havia surgido.
        No trajeto entre Joaquin e Taco Pozo, há muitas retas, mas a estrada não está boa (muitos buracos, remendos mal feitos). Intercala trechos em boas condições com trechos mal conservados. É preciso ter cuidado. Quando menos se espera aparece um buraco.




        A partir de Taco Pozo, a estrada melhora e começam as grandes retas. Monte Quemado, Pampa de Los Guanacos, Pampa Del Infierno, Presidente Roque Saénz Peña, Quitilipi, La Escondida...






        E, finalmente, Resistência, capital da Província Del Chaco.


        Logo nos deparamos com uma auto-pista em que está proibido o trânsito de motocicletas. Pegamos a rua paralela até o final dessa auto-pista e entramos na rodovia, seguindo para a ponte.
        Atravessamos a ponte Gal Belgrano sobre o Rio Paraná e atingimos Corrientes, capital da Província de mesmo nome. Paramos em um Posto de Serviço e obtivemos informação do trajeto para Ituzaingó-Santo Tomé com um cliente que aguardava para abastecer o carro.




        DICA: na saída de ponte que liga Resistência a Corrientes, manter à direita e seguir pela avenida principal de Corrientes até encontrar uma grande estátua de uma santa que está em uma rótula (aproximadamente seis quilômetros da saída dessa ponte. Tomar à esquerda, nessa rótula, e seguir para Ituzaingó (se este for o destino escolhido).
        Veja seqüência de fotos e o vídeo.















        Seguimos, conforme a indicação. Ao nosso lado, ao pararmos em um semáforo, um casal admirava a moto e a nós. Sorriam e nos acenavam. Estavam em um corcel branco, todo decorado. Ao pararmos em um semáforo, o motorista desceu do carro, rapidamente e tirou uma foto nossa. Acenamos.
        Finalmente, saímos daquele trânsito, rumando para Ituzaingó.
        Passado Corrientes, 25km, chegávamos a San Cosme, onde paramos para pernoitar.
    San Cosme sedia anualmente, entre final de maio e início de junho, o Encontro Internacional Arte Publico y Muralismo, tendo como tema: Nuestra America; Nuestro Pueblo; Nuestro Barrio, daí resultando o colorido em seus muros e as diversas esculturas espalhadas por sua praça e ruas.


                                 

 


     Situada em lugar privilegiado, às margens da Laguna Totora, e dotada de boa infra-estrutura é visitada por milhares de turistas que aí aportam em época de veraneio para desfrutar da belíssima paisagem do Balneário que leva o nome da Laguna.

                                  







                 

            Nessa época do ano (início de maio), há pouco movimento. Mesmo assim, estava difícil encontrar um lugar para ficarmos e que tivesse acesso pavimentado. As ruas têm pavimento, em sua maioria, mas o acesso até a cabana ou ao hotel é por um trecho de areia. Para quem está de moto carregada é arriscado.
        Na busca por um lugar, em San Cosme, encontramos o Hector que passava de moto com sua esposa (Romina) e se prontificou a nos acompanhar até encontrarmos um hotel. O que conseguimos, em um hostal. Um quarto pequeno, com chuveiro elétrico suspeito, uma cama de casal e um beliche. 
           Reconhecemos o empenho do Hector em procurar um lugar para ficarmos.
        Marcou muito sua amabilidade e sua disponibilidade em nos ajudar sem nada esperar em troca. Marcou, igualmente, a simpatia e amabilidade de sua esposa Romina, que nos encantou com sua simplicidade e alegria. A eles também registramos nosso grande abraço.


        Depois soubemos que se voltássemos cinco quilômetros e saíssemos da rodovia, continuando por asfalto por uns quinze quilômetros, a Paso de La Patria, possivelmente encontraríamos lugar melhor. Mas já que estávamos aí, enfrentamos.
        Percorremos a cidade (era domingo), e encontramos um mercadinho aberto. Compramos alguns itens (presunto, queijo, um pão) que serviram para nosso jantar, uma vez que, não havia restaurante ou pizzaria aberta àquela hora (sete ou oito da noite).
              Preço do pernoite: $ 200,00 (pesos argentinos), sem, evidentemente, café-da-manhã.
              A moto ficou no piso da enorme garagem, cuidada por dois grandes cães magros.



06/05/2013 – San Cosme(AR)-São Luiz Gonzaga(RS)


        No café da manhã, que não era servido pelo hostal, comemos o que sobrou do sanduiche e dos croissant da noite anterior.
       Às seis e meia, conforme o prometido, o dono do hostal apareceu para abrir o portão da garagem e, gentilmente nos acompanhou depois, até a saída da cidade.
       O dia começava a amanhecer quando seguimos viagem pela Ruta 12 até Ituzaingó.




   




         Depois de Ituzaingó, mais 35 quilômetros, viramos à direita, tomando a Ruta 120 por aproximadamente 60 quilômetros até Gobernador V. Virasoro.


 
         A travessia pelo centro dessa cidade é turbulenta. Trânsito intenso, excesso de semáforos não sincronizados, lombadas...
       A partir de Virasoro, continuamos pela Ruta 14 até Santo Tomé, onde almoçamos no Cassino.
 


        Todo esse trajeto, a partir de Corrientes (passado o perímetro urbano) é de extensas retas e pouco trânsito. A rodovia está em bom estado de conservação.
        Depois do almoço seguimos a São Luiz Gonzaga, onde pernoitamos no Hotel Cometa, no centro da cidade, em frente à Praça. Conhecemos o Gilson, a Luciana e o Ismael, funcionários do hotel e também motociclistas, com quem tivemos boas conversas.
        Sobre o hotel: excelente, nos quesitos, acomodações, café-da-manhã, segurança e atendimento.
         A moto ficou na garagem coberta, de piso de concreto e com segurança à noite.
        Preço do pernoite, com café-da-manhã, R$ 135,00.



07/05/2013 – São Luiz Gonzaga-Erechim(RS)

        Saímos depois do café, rodando tranqüilos até Santo Ângelo, quando começou um vento forte e frio.
        Almoçamos no Panorâmico, em Passo Fundo, matando a saudade de um feijão com arroz.
       La fora, o vento continuou a nos acompanhar até em casa, quando chegamos às 13h30min.
       O hodômetro marcava 10.343 km.

                               ------------------------


AGRADECIMENTOS


        Particularmente, agradeço a você, Cleci, minha companheira de aventuras, pela sua coragem e determinação. Apesar das limitações impostas pela incidente, seguiu em frente, a passos lentos e sofridos, com um sorriso, como se nada houvesse acontecido, para estar comigo em meus sonhos. Confesso que, se por um lado eu estava deslumbrado e feliz por atingir meus objetivos, por outro estava apreensivo e zeloso para que nada mais acontecesse que pudesse agravar seu estado. Mas, sem dúvida, foi com a benevolência de Deus que conseguimos levar a termo essa viagem sem mais contratempos.
        Agradecemos a todos que enviaram, mesmo que em pensamento, desejos para que fizéssemos uma boa viagem; também agradecemos àqueles que rezaram por nós, para que tudo desse certo e, agradecemos principalmente a Deus, que sempre esteve conosco.


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DICAS GERAIS

EXPEDIÇÃO MACHUPICCHU-ATACAMA



REGRA BÁSICA PARA QUEM VIAJA A QUALQUER PAÍS

        Não se afaste de suas sacolas e malas.
        Se possível, feche-as com cadeado.
        Isso evita furtos ou que alguém coloque drogas ou objetos furtados em sua mala.

RODOVIA DO PACÍFICO (OU RODOVIA TRANSOCEÂNICA)

        No geral, dentro do Perú, essa rodovia está em boas condições.
        Há muitas curvas em todo o trajeto até Puerto Maldonado e animais na pista.
       Depois de Puerto Maldonado e, principalmente  a partir de Puente Inhambari, quando se inicia a Cordilheira (trajeto que fizemos, indo até Ollachea e depois Juliaca), há muitas pontes; lombadas (muitas delas sem sinalização); pequenas comunidades; muitas curvas, reparos na rodovia e, novamente, gado na pista.
       Há muitas retas em toda a Cordilheira, mas quando menos se espera surge uma curva. É preciso rodar com cautela.


ALTITUDES – conforme trajeto percorrido nessa viagem:


CIDADE/LUGAR
ALTITUDE
(m.s.n.m)
DISTÂNCIA PERCORRIDA (km)
Assis Brasil (AC-BR)
237
4.374
Puerto Maldonado (PE)
208
4.600
Ollachea (PE)
3.200
4.922
Macusani (PE)
4.159
4.971
Puno (PE)
3.824
5.270
Cusco (PE)
3.493
5.630
Abancay (PE)
2.378
5.834
Chalhuanca (PE)
3.324
5.952
Puquio (PE)
3.214
6.145
Nasca (PE)
588
6.305
Arica (CH)
0
7.263
Iquique (CH)
0
7.565
Tocopilla (CH)
0
7.810
Calama (CH)
2.257
7.959
San Pedro de Atacama (CH)
2.435
8.080
Paso Jama (AR)
4.394
8.260
Susques (AR)
3.609
8.341
Pumamarca (AR)
2.206
8.462
San Salvador de Jujuy (ar)
1.259
8.522
Joaquin V Gonzales (Ar)
366
8.782
Corrientes (AR)
52
9.402
Santo Tomé (AR)
130
9.828
Erechim(RS-BR)
732
10.343



EFEITOS DA ALTITUDE

        Conforme pesquisa na Internet e confirmado pela minha médica, os medicamente comumente usados por montanhistas e alpinistas são: Acetazolamida (nome comercial DIAMOX) e o anti-inflamatório Ibuprofeno (nome comercial Dalsy).
        O primeiro é um diurético, mas tem como propriedade minimizar os males causados pela altitude.
        Escolhi o Diamox (um comprimido de 250 mg todas as manhãs) que atendeu plenamente o esperado.
        A Cleci optou pelo Dalsy (um comprimido de 600mg a cada doze horas). Considerando que estava com o pé machucado, foi bem providencial a opção.

Recomendação:
        “Não use medicação para dormir!!! (Diazepam ou equivalentes). Esses remédios causam diminuição da freqüuência respiratória, e na altitude isso pode até mesmo ocasionar uma parada respiratória!!! Se estiver com dificuldades para dormir, tome um diamox (125 ou 250mg) pela noite, ele vai aumentar a frequência respiratória, propiciando uma melhor oxigenação noturna (apesar de acordar várias vezes para ir ao banheiro...).” 
Fonte: http://www.mochileiros.com/soroche-mal-de-altura-ou-mal-da-altitude-t24338.html.

        Em qualquer caso, (DIAMOX ou DALSY), devem ser tomados um dia antes da subida, durante a subida e um dia após a subida.

        EVIDENTEMENTE, ANTES DA VIAGEM, CONVÉM CONSULTAR UM MÉDICO PARA SABER SOBRE OS EFEITOS DESSES MEDICAMENTOS EM SEU ORGANISMO.

       Nas farmácias do Perú é vendido o Soroche Hill e que, segundo dizem, é utilizado para essa mesma finalidade.


FUSOS HORÁRIOS

        PERÚ: - duas horas
        CHILE: - uma hora
        ARGENTINA: mesma do Brasil
        Esses horários não consideram os chamados Horários de Verão em cada país.


ENERGIA ELÉTRICA:

        ARGENTINA e CHILE: 110 e 220v.
        PERÚ: 220 v.

TELEFONIA

        Se você estiver em uma cabine pública no Perú, por exemplo, para fazer uma ligação telefônica para o Brasil, deve inserir moedas de S./ 0,50 até S./ 5,00 (nuevos soles) e discar: 0055-código de área-número do telefone desejado.
        O mesmo número deve discar se estiver chamando do seu celular, estando você no Perú, Chile ou Argentina. Desde que, tenha habilitado seu número para ligações internacionais (roaming internacional). Isso deve ser feito no Brasil e com antecedência.


MOEDAS

COTAÇÃO MÉDIA DAS MOEDAS NO PERÍODO 01/04 a 07/05/2013.
VALORES NEGOCIADOS EM CASAS DE CÂMBIO
REFERÊNCIA: $ 1,00


MOEDA
NUEVO SOL
PESO CHILENO
PESO ARGENTINO
COTAÇÃO PELO BC DO BRASIL (REAIS)
DÓLAR
S./ 2,57
S 470
$ 8,00
R$ 2,09
NUEVO SOL



R$ 0,80
PESO CHILENO



R$ 0,04
PESO ARGENTINO



R$ 0,44

        Exemplo de cálculo:
        Se, por determinado passeio foram cobrados S./ 25,00 (vinte e cinco nuevos soles), para um valor aproximado em reais, deve-se multiplicar esse valor pela cotação oficial (conforme a tabela acima, R$ 0,80, obtendo-se assim, aproximadamente, R$ 20,00.
       Esse mesmo cálculo pode ser feito com as demais moedas.

  
PREÇO MÉDIO DOS COMBUSTÍVEIS
(unidade de medida considerada: Litro)
(tipo da gasolina: 85 octanas no Perú; 93 octanas no Chile e na Argentina.

PAÍS
PREÇO
 (na moeda do País)
PREÇO
(em Reais)
PERÚ
S./ 3,68
R$ 2,94
CHILE
S 795
R$ 3,18
ARGENTINA
$ 8,65
R$ 3,80



UTILIZAÇÃO DE TÁXIS DURANTE A VIAGEM

        Muitas vezes é preferível pagar um taxista para nos conduzir até onde a gente quer, assim que entrarmos em uma cidade, do que se estressar procurando o lugar.
       Assim também fizemos quando a saída de uma cidade era tumultuada ou não conhecíamos bem o caminho.
        Gasta-se pouco e a gente sai com segurança e sem perder muito tempo.

DOCUMENTAÇÃO

        Apesar de não exigirem certificado de vacinação contra a febre amarela, providenciamos com bastante antecedência (ainda antes da viagem a Ushuaia – veja nesse blog a reportagem: Ushuaia: um lugar no fim do mundo), para evitar contratempos.
        A Permissão Internacional Para Dirigir também foi providenciada, juntamente com o Passaporte, fazendo parte obrigatória para o trânsito de veículos no Perú, assim como do Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo.
        No Chile e na Argentina, não há necessidade dessa Permissão Internacional e do Passaporte, basta a Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Identidade e CRLV.
        O passaporte, no entanto, evita o preenchimento de outros formulários, gerando perda de tempo na liberação dos ingressos aos países visitados. Em todos os países visitados, no entanto, há a necessidade de se preencher outros formulários. Estes, relativos apenas ao veículo (carro, moto, etc.).

RESUMINDO:
Documentação que levamos:
1)    Passaporte;
2)    Permissão Internacional Para Dirigir (providenciada em qualquer CRVA no Brasil, mediante pagamento ao DETRAN de Taxa para Expedição e sem obrigatoriedade de prestar novos exames. A Permissão terá a mesma validade da CNH);
3)    Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo;
4)     Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (fornecida gratuitamente em qualquer Posto da ANVISA, sediado em portos e aeroportos do Brasil e mediante a apresentação da Carteira de Vacinação expedida pelos Postos de Saúde. Vejam mais informações em http://www.anvisa.gov.br/viajante/). Nossos certificados foram expedidos pelo Posto da ANVISA sediado no aeroporto de Chapecó-SC;
5)    Carta Verde (válida apenas nos países que compõem o MERCOSUL e Chile (esse seguro efetuei aqui mesmo em Erechim-RS, na AUTOSUL CORRETORA DE SEGUROS LTDA., com o Cristiano);
6)    SOAT – Certificado de Seguro Obligatorio de Accidentes de Transito (emitido quando da entrada no Perú, em frente à Aduana Peruana em Iñapari, fronteira com Brasil (cidade brasileira de Assis Brasil).



OUTRAS DICAS



1)    Se levarem cartões de crédito, não se esqueçam de avisar as administradoras do período em que ficarão fora do país e dos países que irão visitar;

2)    Para uso de celulares, devem habilitar, ainda no Brasil, seus aparelhos para uso no exterior (roaming internacional), indicando o período;

3)    Para ligarem do Perú, do Chile, da Argentina, do Uruguai para o Brasil, seja de telefones públicos (mediante utilização de fichas ou moedas) ou do próprio celular, discar 0055-código de área-número do telefone; onde,

00 = código internacional de discagem;

55 = código internacional para o Brasil.

4)    Quando forem em algum tour, convém levar uma pequena mochila, com água mineral (um litro cada um, aproximadamente) e/ou isotônico, bolachas; barras de cereais ou de chocolate. A mochila servirá também, para acomodar souvenirs que pretendam comprar;

5)    Nos postos de abastecimento no Perú (nos Grifos), não há equipamento para medir a pressão do ar dos pneus!;

6)    Levem sempre “T” elétrico (de preferência dois); adaptador para novas tomadas (três pinos) usadas no Brasil; adaptador com pino chato; extensão elétrica (três metros). Pode ser muita coisa, mas se você precisar e não tiver esses assessórios, não conseguirá carregar, por exemplo, a bateria da máquina fotográfica e usar o notebook/tablet ao mesmo tempo porque no hotel onde você está, há somente uma tomada e está próxima à porta de entrada do quarto;
7)    Rutas Afirmadas: denominação para estradas de terra, mas compactadas, firmes;
8)    Nomes das Pontes: levam sempre o nome do lugar e não o nome do rio sobre os quais são construídas;
          9)   Não usem lubrificante para corrente tipo aerosol. Embora informe na embalagem que pode ser utilizado em correntes de motocicleta, não é recomendado para uso em corrente de motos que possuem retentores (anéis de borracha que separam cada elo). Esse óleo pode causar sérios danos a esses anéis. Veja no manual de sua moto o óleo recomendado para isso. Na falta do óleo indicado, utilize óleo especificado para o motor, óleo tipo 90 (noventa) ou mesmo a graxa branca ou grafitada.


DICAS ESPECÍFICAS 

PERÚ


SOAT – (Seguro Obligatorio de Accidentes de Trânsito


           Esse seguro é obrigatório para veículos que circulam no Perú.
           Importante: se você não solicita onde deve ser feito esse seguro, ninguém irá avisá-lo.
        Enquanto estávamos em viagem através do Perú, somente uma vez nos foi solicitado esse seguro que é obrigatório, equivalente ao Seguro Carta Verde para o Mercosul.
        Pagamos 44 dólares (também pode ser pago em Nuevo Sol) para um período de trinta dias (09/04 a 09/05).


PASSEIOS NO PERÚ

        Sempre que possível, contrate o serviço de uma empresa para fazer os passeios. Há sempre um guia acompanhando, além do que, eles levam, esperam e trazem até o hotel.
        O inconveniente é que, em alguns lugares, o tempo de visitação é pouco e você pode não aproveitar como gostaria.
        O sítio arqueológico de Saqsaywaman, distante a apenas três quilômetros de Cusco, onde todos os anos, no dia 24 de junho é realizada a Festa do Sol (Inthi Raymi), você poderá ir de moto ou de carro por uma estrada pavimentada, e lá permanecer o quanto quiser, obedecido o horário de abertura e fechamento que é das 07hrs às 18hrs durante todos os dias da semana.
       Também nesse horário estarão abertos os conjuntos arqueológicos de: Q´enqo, Pukapukara, Tambomachay, Pisaq, Ollantaytambo, Chinchero, Tipón, Pikilacta.
            A visitação a MachuPicchu se inicia às 06hrs da manhã e encerra às 17hrs, mas tenha em conta que o último trem que sai de Águas Callientes para Cusco, parte às 16h30min. Se você ficar até às 17hrs na montanha, terá de pernoitar em Águas Callientes. Para isso deve reservar com antecedência o hotel.
         A partir das 5h30min e até o horário de encerramento das visitas à MachuPicchu às 17 hrs, a cada cinco minutos há vans fazendo esse trajeto que demora aproximadamente meia hora.
          Assim, se você quer aproveitar ao máximo o tempo na montanha, considerando que a van demora meia hora para fazer o trajeto MachuPicchu-Águas Callientes, deve sair antes das quatro da tarde de MachuPicchu para ter tempo de tomar esse trem. Sempre observando o tipo de trem que você irá tomar. Se for o Vista Dome (um pouco mais confortável), deverá estar antes das três da tarde na Estação.
        Em qualquer caso, confirme sempre esses horários que poderão sofrer alteração em razão de reparos na ferrovia, chuvas excessivas ou outros motivos.
        Em MachuPicchu, não esqueça de carimbar seu passaporte alusivo à sua visita.

NUEVO SOL

        É a moeda do Perú, em substituição a moeda anterior, o Sol.
       Observar que, se o pequeno número indicativo do valor mudar de cor ao virarmos as notas, a cédula é verdadeira.


Casas de Câmbio no Perú

          Em Puno e Cusco, as casas de câmbio aceitam reais. Entretanto, a melhor cotação em Cusco, por exemplo, foi de S./1,20 (nuevos soles por um real).
       É preferível levar dólares. Para serem aceitas, as notas de dólares não devem estar velhas, rasgadas ou amassadas. Exigência que não abrange as cédulas de outras moedas, como nuevo sol, peso argentino, peso chileno e o real.

  
POSTOS DE ABASTECIMENTO NO PERÚ

            Grifo é a denominação para pequenos postos de abastecimento.
       Apesar da precariedade desses postos, em quase toda pequena povoação há um desses grifos (uma bomba para gasolina e outra para óleo diesel).
           Não tivemos problema com falta de combustível em nosso trajeto no Perú. Lembrando, no entanto, que, sempre que tiver oportunidade, abasteça.


MEDIDA DE CAPACIDADE (PARA COMBUSTÍVEIS), ADOTADA NO PERÚ 

       A medida utilizada no Perú é o galão americano equivalente a 3,78 L.


TELEFONES DE EMERGÊNCIA NO PERÚ

        Nas rodovias do Perú, de dez em dez quilômetros, aproximadamente, há um telefone para emergência.
       O tempo de atendimento à chamada é imediato. Entretanto, como as distâncias são grandes, há casos em que o socorro poderá demorar horas.

  
CULINÁRIA PERUANA

        Uma das características da gastronomia peruana é ser predominantemente picante. O que nos trouxe alguns inconvenientes. Assim, para amenizar o impacto desses pratos tão fortes, o MacDonald’ s foi a opção MENOS CONFLITANTE.
        O cuy, espécie de “porquinho da índia”  é um dos pratos típicos do Perú, assim como o “mate de muña”, o “mate de coca”. Para eles, a expressão “mate” é sinônimo de chá. Se você pedir um chá em um restaurante, eles irão trazer pra você um “Tea” (“chá-preto”).
        Picante de Cuy: (guisado de cuy), cozido em um molho de amendoim e aji panca (pimenta).
          Chuchikanca: leitão temperado, deixado no vinagre e depois levado ao forno.
          Pecan caldo: caldo de cabeça de carneiro com dobradinha.
       Pachamarca: diversas carnes, batata, milho verde ou milho terno, cozidos debaixo da terra entre pedras quentes.
          Chicha: bebida produzida a partir da fermentação do milho.
      Pisco: aguardente à base da destilação do mosto de uva. Essa bebida também é produzida no Chile, onde a principal uva utilizada é a moscatel e suas variedades
          Ceviche: prato à base de peixe cru, marinado em suco de limão ou de lima.


GRAFIA DOS NOMES NO PERÚ

          Não há consenso na grafia dos nomes dos sítios arqueológicos e nomes vinculados à língua quéchua (originária dos incas).
       Nomes como do sítio arqueológico Saqsayhuamán, constante do Boleto Turístico Completo, vê-se grafado na placa de entrada como Saqsaywaman; Pachacuted, também encontramos como Pachakuteq.
       Evidentemente que, essa divergência de grafia não afeta em absolutamente nada a beleza dessas criações e a grandeza de suas personagens.
        Cito apenas para justificar o porquê dessas diferenças de escrita entre o constante desse relato de viagem e o conteúdo dos boletos de ingresso.


ILHAS FLUTUANTES DOS UROS

       Quando visitarem essas ilhas, convém levarem dinheiro (nuevos soles, preferencialmente, embora aceitem dólares também) para as compras.
        Sempre haverá alguém disposto a tirar uma foto sua.
Isso não somente nas ilhas, mas em todo Perú. Prepara-se para lhe dar uma propina (gorjeta), pois tão logo tirar essa foto ela ou ele, pedirá sem nenhum constrangimento.


MACHUPICCHU

        Depois de passar pelo controle na entrada, onde irão conferir seu bilhete de ingresso mediante a apresentação do passaporte, você poderá colocar, como recordação, o carimbo de MachuPicchu em seu passaporte.
       Há uma mesa com dois carimbos (um, alusivo a MachuPicchu; outro, com a data), em frente ao guarda-volumes, logo na entrada.
       Isso poderá ser feito somente a partir das nove horas da manhã.
      O INGRESSO A MACHUPICCHU PODERÁ SER FEITO A PARTIR DAS SEIS DA MANHÃ!


NASCA

        Para quem pretende sobrevoar as linhas de Nasca, recomenda-se dispensar qualquer alimentação nas três horas que antecederem o vôo.
        Se o vôo for pela manhã, NÃO TOME O CAFÉ-DA-MANHÃ!
        A chance de ter enjôo é grande.


CHILE


ABASTECIMENTO NO CHILE

        Até Tocopilla (245 quilômetros de Iquique) NÃO HÁ POSTOS DE ABASTECIMENTO.
Nesse trajeto, a estrada está em excelentes condições.
       Saindo dessa cidade, por uns dez quilômetros, se inicia uma subida cheia de curvas.  Depois, as curvas diminuem, dando lugar, novamente, a algumas retas. Nesse trecho, a rodovia já não está como antes, mas continua boa até Calama.




ARGENTINA




ABASTECIMENTO NA ARGENTINA


        Lembrete 1: Para abastecer em Susques, convém fazê-lo no Posto de Serviço anexo ao Restaurante Turístico, localizado a cinco quilômetros antes do povoado, para quem vem de San Pedro.
        Lembrete 2: Pumamarca, apesar de ser uma pequena cidade turística, que dá acesso às Quebradas de Humahuaca, NÃO POSSUI POSTO DE ABASTECIMENTO!
        Lembrete 3: De Susques a San Salvador de Jujuy, são 210 quilômetros SEM POSTO DE ABASTECIMENTO!



RESISTÊNCIA e CORRIENTES NA ARGENTINA

        Passando por Resistência e Corrientes vamos nos deparar com uma auto-pista em que é proibido o trânsito de motocicletas.
       A opção foi rodar em uma das paralelas até o término da auto-pista e ingressar na continuação da rodovia.




AMIZADES

         Nessa viagem encontramos muitas pessoas com as quais fizemos amizade.
        Alguns, motociclistas; outros não. Mas todos viajantes em aventuras diferentes; quer seja à serviço, quer seja à passeio.
        Com alguns posamos para fotos; com outros, anônimos, ficamos apenas com as lembranças, de sua simpatia e da curiosidade que neles despertamos.

        Amigos que conseguimos nominar:

1)    Alex e Roberta, de Porto Alegre, na visita aos Geysers Del Tattio(CH);
2)    Brigite, de Nova Petrópolis-RJ, em Cusco(PE);
3)    Caio, do Hotel Santa Rosa, em Vilhena-RO;
4)    Eduardo Scherer, em Cusco(PE);
5)    Eduardo, de Brasília-DF e Jaqueline, de São Paulo-SP, durante visita a Ilha dos Uros, Lago Titicaca(PE);
6)    Eric, do restaurante La Hosteria, centro de Puno;
7)    Geraldo e sua esposa, que muito nos ajudaram para sairmos de Cuiabá-MT;
8)    Gilson, Ismael e Luciana, do Hotel Cometa, em São Luis Gonzaga(RS-BR).
9)    Gustavo e Carolina, do Rio de Janeiro, no Valle de La Luna(CH);
10) Gustavo e Vera Engel; Rosa e Luiz Salles, pessoal de Porto Alegre-RS, São Luis-MA, São Paulo-SP, no Posto YPF em Paso Jama(AR);
11) Haidé e Artêmio Martinez, da cidade do México(ME), durante visita ao Valle Sagrado;
12) Hector e Romina, em San CosmeA(R) e que muito nos ajudaram a encontrar um lugar para pernoitarmos;
13) Henrique da Silva, durante almoço no Cassino em Santo Tomé(AR);
14)  JeanCarlo, da Agência MachuPicchu-Brasil, em Cusco (PE), que se esmerou em encontrar opções de passeios, em lugar da Trilha Inka que não mais poderíamos fazer, deixando-nos plenamente satisfeitos com a solução;
15) José Ari, mineiro, estabelecido em Vista Alegre do Abunã-RO;
16) José Dias, de Ariquemes-RO;
17) Madalena Felipe e suas simpáticas amigas, de São Paulo-SP, em Cusco(PE);
18) Marcelo e Cíntia Harakaki, durante visita ao Valle Sagrado(PE);
19) Ivan, funcionário da aduana chilena, em Arica (CH);
20) Marcelo e Rossana, do Hostal Sumaj Jallpa, em San Pedro de Atacama(CH);
21) Martin, de Mal Del Plata(AR), no Posto YPF em Paso Jama(AR);
22) Naonobu e Keiko, do Japão, em San Pedro de Atacama(CH);
23) Nicola e Cláudia, na Laguna Seca(CH);
24) Nilda e sua turma, enquanto atravessávamos de balsa o Rio Madeira em Rondônia;
25) Nilson e Lúcia Monteiro, de São Paulo-SP, durante visita ao sítio arqueológico de Tambomachay(PE);
26) Noeln Teklan, de Ancorage, Alaska(US), durante visita ao sítio arqueológico de Moray(PE);
27) Renato Zirondi, de Sertãozinho(SP);
28) Richard e Izabela, da França, no Valle de La Luna(CH);
29) Sérgio, de Campo Novo do Pareci-MT;
30) Tiago, agora em Cuiabá-MT;

           A todos, anônimos ou não, nosso abraço carinhoso e nossos agradecimentos pelos votos de boa viagem, pela sua amizade e por seus sorrisos, esperando encontrá-los ainda por essas carreteras da vida.


CONTATO:

           À medida que nos lembrarmos, postaremos mais informações.
      Entretanto, caso alguém tenha alguma pergunta a fazer e queira entrar em contato conosco, ficaremos satisfeitos se pudermos ajudar.
   Nosso email para contato, que está na aba PERFIL desse blog: contato@horizontesemfim.com.br.


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Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela viagem!No seu blog encontrei muitas informaçoes, que em minhas pesquisas ainda estavam osbcuras rs, obrigada por compartilhar essas dicas.